Análise do Plano Econômico de Javier Milei apresentado à Justiça Nacional Eleitoral da Argentina: Similaridades com Ditadura, Cavallo e Macri





Análise do Programa Econômico de Javier Milei

Recentemente, avaliamos as propostas econômicas de Javier Milei, apresentadas pela coalizão La Libertad Avanza à Justiça Nacional Eleitoral da Argentina. No plano, encontramos 64 propostas de caráter econômico. No entanto, excluímos 27 propostas da análise, que representam 43% do total, pois são consideradas “triviais”, ou seja, são generalidades que nenhum candidato poderia rejeitar ou opor-se.

Por exemplo, a proposta de “Incentivar o investimento privado” incluída na seção sobre Reforma Econômica. Além disso, não incluímos na análise o que chamamos de propostas supérfluas, como a exigência de comprovação da especialidade de profissionais de saúde do PAMI (agência de saúde pública argentina).

Excluímos também propostas de consequências imprevisíveis e de moralidade duvidosa, como a criação de empresas produtivas em todos os serviços penitenciários. Com base nessas exclusões, resumimos o plano de Milei e contrastamos com experiências passadas de políticas neoliberais na Argentina.

Resumo do Plano de Milei e Contraste com a Ditadura, Cavallo e Macri

Apenas três das propostas de Milei são originais, ou seja, não têm precedentes em nenhum dos outros três governos anteriores. Isso significa que 90% das políticas propostas por Milei têm resultados que podemos antecipar, porque repetem políticas neoliberais que foram praticadas nos governos anteriores.

Milei promete desenvolver o seu plano econômico em três fases, as quais levarão cerca de 35 anos para serem totalmente implementadas. No entanto, o cronograma não indica quanto tempo levará cada etapa, nem quanto de progresso será alcançado em cada uma delas.

Propostas Repetidas

O programa econômico de Milei coincide em quase 70% com a política econômica promovida por Cavallo, Menem e de la Rúa. Além disso, o plano de Milei parece com o programa de Martínez de Hoz e da Ditadura, assim como com o governo de Macri.

Essas propostas repetidas incluem abertura financeira, liberalização comercial, eliminação da política fiscal, corte de gastos, flexibilização trabalhista, aumento da iniciativa privada, privatização de empresas e serviços públicos, e eliminação da política monetária.

Essas políticas foram implementadas anteriormente e resultaram em períodos de baixo crescimento, economia baseada na dívida e setor financeiro, diminuição do bem-estar dos trabalhadores, crescimento insustentável da dívida e outros fatores negativos para a sociedade como um todo.

Resultados dos Três Programas Neoliberais

A dívida da ditadura foi o gatilho para a década perdida, a do governo Menem-Cavallo terminou com a crise de 2001 e a do governo Macri com sua derrota no primeiro turno e o retorno do FMI.

Portanto, com base na análise das propostas econômicas de Javier Milei, percebemos que a maioria delas repete políticas neoliberais que já foram implementadas na Argentina, com resultados negativos comprovados ao longo do tempo.


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