Éris, o misterioso planeta-anão além de Netuno, revela novas pistas sobre sua estrutura e composição





Éris: O planet-anão além de Plutão

Desde sua descoberta em 2005, Éris tem sido um enigma para os cientistas, situando-se nos confins do Sistema Solar. Com um tamanho semelhante ao de Plutão, seu “primo” mais conhecido, Éris nunca foi visitado por uma espaçonave, ao contrário de Plutão que foi explorado pela New Horizons da Nasa em 2015. No entanto, novas pesquisas estão fornecendo insights valiosos sobre esse planeta-anão e suas diferenças em relação a Plutão.

Baseando-se em dados orbitais em torno da lua Disnomia, os cientistas estão revelando detalhes importantes sobre a estrutura interna e a composição de Éris. Recentemente, pesquisadores anunciaram que Éris parece ter um interior rochoso abaixo de uma camada de gelo, enquanto Plutão, por outro lado, possuiria uma superfície gelada com rochas abaixo, mas com um teor de gelo mais alto e a possibilidade de abrigar um oceano subterrâneo.

Segundo Francis Nimmo, cientista planetário da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, “Isso significa que [Éris] ficou quente o suficiente em algum momento de sua história para derreter, fazendo com que toda a rocha afundasse até o centro. O gelo não está imóvel, mas está experimentando um movimento lento e agitado, impulsionado pelo calor remanescente do interior. Provavelmente não há um oceano nele”. Essas novas informações não apenas evidenciam a riqueza em rochas de Éris, mas também a falta de um possível oceano interno.

Considerando que Éris tem um diâmetro ligeiramente menor que o de Plutão, mas cerca de 25% mais massa devido à sua maior concentração de rocha, os cientistas descrevem que “Pegue Plutão e adicione cada asteroide no cinturão de asteroides, e você terá Éris. Plutão é inflado por gelo, enquanto Éris é principalmente rochoso com um pouco de gelo na parte externa”, alega Mike Brown, astrônomo do Caltech e coautor do estudo. O nome Éris foi dado em homenagem à antiga deusa grega da discórdia, e ele orbita em média 68 vezes mais longe do Sol que a Terra, levando 557 anos para completar uma órbita. Comparativamente, Plutão orbita em média 39 vezes a distância da Terra ao Sol.

A lua de Éris, chamada Disnomia em homenagem à filha mitológica de Éris, tem aproximadamente 700 km de diâmetro e é composta principalmente de gelo. Além disso, as marés em Éris empurram lentamente Disnomia para longe e desaceleram a rotação do planeta-anão, resultando no fato de que sempre apresentam a mesma face uma para a outra. Esse processo também é observado em Plutão com sua lua Caronte, diferenciando-se da disposição do sistema Terra-Lua.

Tendo em vista que Éris está além de Netuno, o mais externo dos oito planetas do Sistema Solar, a União Astronômica Internacional reconhece Éris como um dos cinco planetas-anões, ao lado de Ceres, Haumea e Makemake. As recentes descobertas sobre Éris preenchem algumas lacunas em relação a esse planeta-anão, o mais massivo conhecido. Mike Brown ressalta que “Isso ajuda a colocá-lo no contexto de todas as informações que aprendemos sobre Plutão, com suas grandes montanhas e bacia de impacto gigante, e nos força a lembrar: cada um dos maiores planetas-anões é único e devemos ter cautela ao inferir demais com base no que sabemos sobre Plutão”.


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