Senador Eduardo Girão critica suspensão de resultados das primárias da oposição na Venezuela e falta de posicionamento do Brasil



O senador Eduardo Girão (Novo-CE) fez duras críticas à decisão do Tribunal Supremo de Justiça da Venezuela de suspender a validade dos resultados das primárias realizadas pelos partidos da oposição para a escolha de um candidato às próximas eleições presidenciais do país. Em seu pronunciamento nesta segunda-feira (13), Girão destacou que a líder oposicionista María Corina Machado obteve 92% dos votos, mas está impedida de exercer cargos públicos por 15 anos. Além disso, o senador ressaltou a falta de mediação do governo brasileiro diante desse contexto, classificando a situação como um “atentado à democracia venezuelana”.

No discurso, Girão expressou sua indignação com a situação na Venezuela, classificando-a como “uma aberração jurídica, política e, principalmente, moral do governo ditatorial, sanguinário, que está levando o povo venezuelano à miséria”. O senador também criticou a postura do governo brasileiro, que, em sua visão, muitas vezes se mantém em silêncio ou até mesmo conivente com tais acontecimentos.

O parlamentar destacou a crise econômica, política e social que assola a Venezuela, transformando-a de um país rico em recursos naturais para um dos mais pobres da América Latina. Girão ressaltou que a Venezuela detém a maior reserva provada de petróleo do mundo e mencionou a saída de mais de 8 milhões de refugiados, muitos dos quais em direção ao Brasil em condições precárias.

Girão também compartilhou dados apresentados por María Corina Machado durante uma videoconferência na Comissão de Segurança Pública (CSP) do Senado brasileiro, destacando as acusações da líder oposicionista de que o regime de Maduro é uma “narcoditadura”, com mais de 60% do território sob o domínio de facções criminosas e do cartel do tráfico de drogas.

O senador encerrou seu discurso criticando a iniciativa de Nicolás Maduro de realizar um referendo no próximo dia 3 de dezembro para anexar mais da metade do território da Guiana, país vizinho à Venezuela, onde vivem mais de 250 mil guianenses. Ele apontou a conivência do ex-presidente Lula com as arbitrariedades cometidas pelo regime venezuelano.

Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)


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