Partidos de direita tentam forçar nova eleição na Espanha através de manobras judiciais e pressão sobre independentistas catalães.



Desafio para o governo de Sánchez: como a formação da maioria no parlamento espanhol está em jogo

Os 14 independentistas presos, membros de partidos regionalistas como a Esquerda Republicana Catalã (ERC) e o Juntos pela Catalunha (Junts), têm um papel fundamental no Parlamento, já que seus votos são decisivos para que o primeiro-ministro Pedro Sánchez obtenha o quórum necessário e consolide sua maioria parlamentar.

Além dos independentistas, Sánchez conta com os 121 votos do próprio PSOE e os 31 votos do Movimento Somar, segunda maior legenda de esquerda espanhola, que tenta manter sua líder, Yolanda Díaz, no cargo de vice-premiê.

Direita busca forçar nova eleição

Vale lembrar que o PSOE de Sánchez não foi o partido mais votado nas últimas eleições gerais espanholas, em 23 de julho. Essa façanha foi do conservador Partido Popular (PP), razão pela qual o seu líder, Alberto Núñez Feijóo, teve a chance de articular a formação de maioria em setembro.

Porém, mesmo com os 137 votos do PP e os 33 do Vox – partido de extrema-direita e seu principal aliado, que colocaria seu líder, Santiago Abascal, no cargo de vice-premiê em um eventual governo de Feijóo –, além de dois apoios regionalistas, os conservadores chegaram apenas a 172 votos, quatro a menos que o quórum necessário.

O principal fator da derrota da direita foi justamente a falta de apoio dos partidos regionalistas, tanto da Catalunha quanto do País Basco, que reúnem juntos um total de 25 votos.

Para impedir a investidura de Sánchez, os partidos de direita tentam obter liminares judiciais visando impedir que o primeiro-ministro conceda anistia aos independentistas presos, alegando uma suposta inconstitucionalidade da medida – e apostando que, sem essa anistia, os catalães não entregarão seus votos ao socialista.

Caso Sánchez fracasse em formar maioria, como aconteceu em setembro com Feijóo, o rei Felipe VI deverá convocar novas eleições no país, provavelmente para os primeiros meses de 2024.


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