A escolha de Valéria Barcellos é significativa, já que ela será a sucessora de Jane di Castro, uma ativista e transexual histórica da noite carioca, que ocupou o posto por 12 anos e faleceu em 2020. Mulher trans negra, Valéria assume a responsabilidade trazendo sua própria bagagem e representatividade para o evento.
O convite para que a artista fosse a intérprete do Hino Nacional foi feito pelo Grupo Arco-Íris, organizador da Parada LGBTI+, que expressou a intenção de mantê-la nas próximas edições. Além disso, Valéria também está atualmente no ar na novela “Terra e Paixão”, como Luana Shine.
O papel de intérprete do Hino Nacional na Parada LGBTI+ do Rio de Janeiro se tornou notório devido à presença marcante de Jane Di Castro, que abria o evento com sua interpretação singular. A artista, que faleceu aos 73 anos vítima de câncer, foi uma das figuras mais icônicas da comunidade LGBTI+ e sua presença será eternamente lembrada.
Jane Di Castro estreou na noite carioca em 1966 e desde então se tornou uma figura de destaque nos palcos. Ela também atuou na televisão e no cinema, e foi dirigida por grandes nomes da cena artística brasileira. Em um documentário dirigido por Leandra Leal, Di Castro relata a luta de artistas trans como ela mesma e Rogéria para superar os padrões da sociedade em uma época de grande repressão.
A escolha de Valéria Barcellos para suceder Jane Di Castro como a intérprete oficial do Hino Nacional na Parada LGBTI+ do Rio de Janeiro é um marco significativo para a comunidade LGBTI+. A presença de ambas as artistas representa a continuidade da luta por igualdade, representatividade e reconhecimento, perpetuando a importância da arte e da voz das pessoas trans na sociedade.