Cacica Guarani-Kaiowa, defensora da Terra Indígena Apika’i, falece aos 84 anos, deixando legado de resistência e luta

No dia 8 de setembro, a Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) emitiu uma nota de pesar pelo falecimento da cacica Guarani-Kaiowa, Damiana Cavanha. A líder indígena, conhecida por sua defesa incansável da Terra Indígena Apika’i, em Dourados, Mato Grosso do Sul, faleceu aos 84 anos no Hospital Missão Evangélica Caiuá.

Segundo a nota da Funai, Damiana passou a vida lutando pelos direitos territoriais de seu povo. Sua história foi marcada pela luta pela tekoha, que representa as tradições e raízes do povo indígena. Desde criança, Damiana testemunhou a expulsão de seu povo da terra em que sempre viveram.

A partir de 2012, após 14 anos acampados às margens da BR-463 e vendo cinco parentes serem mortos atropelados, Damiana decidiu fincar os pés na terra e se recusou a sair, declarando: “Nunca mais sairemos daqui. Se nos matarem, peço que tragam pás para nos enterrar”. Sua postura a eternizou como símbolo de resistência.

Além de líder espiritual e política, Damiana era rezadeira e seu legado continuará vivo, inspirando a todos que se unem na missão pela causa indígena. Infelizmente, Damiana faleceu sem ver a conclusão do processo de demarcação da tekoha Apika’i.

A Agência Brasil entrou em contato com o Hospital Missão Evangélica Caiuá em busca de informações sobre a causa da morte de Damiana, mas não obteve retorno.

O falecimento da cacica é uma perda significativa para a luta indígena no Brasil. Sua história de resistência e dedicação à causa indígena serve como exemplo e inspiração para todos que defendem os direitos dos povos originários do país. A morte de Damiana Cavanha é um lembrete da importância de valorizarmos e protegermos a cultura e territórios dos povos indígenas. Que seu legado perdure e continue a influenciar as gerações futuras na luta pela justiça e reconhecimento dos povos originários.

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