Inteligência Artificial no Enem: aliada dos estudantes, mas é preciso cuidado e checagem de informações

As ferramentas de inteligência artificial (IA) como o Chat GPT, Google Bard e LuzIA estão cada vez mais presentes em diversos aspectos do dia a dia, inclusive nos estudos e nas salas de aula. Com o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) se aproximando, essas ferramentas podem se tornar grandes aliadas, desde que utilizadas com cuidado e sempre verificando a veracidade das informações obtidas.

Em entrevista à Agência Brasil, o professor Cláudio Miceli, do Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Sistemas e Computação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explicou o funcionamento e as limitações dessas ferramentas, além de indicar as situações em que elas podem contribuir para os estudos em preparação para o Enem.

As ferramentas de IA estão disponíveis gratuitamente, bastando o usuário criar uma conta e inserir alguns dados pessoais. A partir daí, é possível fazer perguntas e obter respostas instantâneas na tela. No entanto, é importante ressaltar que nem sempre essas respostas são verdadeiras. Por isso, utilizar essas tecnologias demanda habilidades adicionais por parte do usuário.

Miceli reforça que essas ferramentas não estão ali para substituir professores, cursinhos ou livros, mas sim para serem uma ferramenta adicional de estudo. Ele faz uma comparação com o Google, que também gerou discussões quando foi lançado, mas que hoje é amplamente utilizado sem invalidar o conhecimento humano.

Existem dois grupos principais de inteligência artificial com os quais os estudantes se deparam: as plataformas de IA preditivas e as IAs generativas. As plataformas preditivas são usadas em sistemas de aprendizado por reforço, identificando os pontos fortes e fracos do estudante e propondo exercícios para melhorar as habilidades defasadas. Já as IAs generativas, como o Chat GPT, constroem textos a partir de grandes bases de dados e probabilidade.

No entanto, é importante lembrar que essas ferramentas dependem da qualidade dos dados em suas bases de dados. Se as bases estiverem enviesadas ou com informações incorretas, as respostas também podem ser imprecisas. Infelizmente, os usuários normalmente não têm acesso a essas bases de dados e muitas vezes não sabem em que elas estão se baseando.

Portanto, estudar apenas por meio dessas ferramentas pode ser arriscado e exige cuidados. Não se deve confiar cegamente nas respostas obtidas, mas sim confrontá-las com outras fontes de informação. Isso estimula o aluno a pensar criticamente e não aceitar uma única resposta como verdade absoluta.

Com relação ao Enem de 2023, que será aplicado nos dias 5 e 12 de novembro, é importante lembrar que as notas das provas poderão ser utilizadas para concorrer a vagas em instituições de ensino superior público pelo Sisu, a bolsas de estudo pelo ProUni e a financiamentos pelo Fies. Além disso, é possível também utilizar essas notas para se candidatar a vagas em instituições estrangeiras que tenham convênio com o Inep.

Em resumo, as ferramentas de inteligência artificial podem ser úteis para os estudantes que estão se preparando para o Enem, mas é fundamental utilizá-las com cautela, sempre verificando as informações obtidas em mais de uma fonte e estimulando o pensamento crítico. O conhecimento humano e a capacidade de análise continuam sendo indispensáveis para obter sucesso nas provas e no futuro acadêmico.

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