Professor é morto durante operação policial no Rio de Janeiro, em meio a busca pelos responsáveis pela morte de médicos

Na última semana, uma trágica notícia abalou a cidade do Rio de Janeiro. Um professor foi morto durante uma operação policial em uma comunidade da região. A informação foi compartilhada por uma pessoa que foi aluna do professor, e a tristeza estava evidente em seu relato.

Essa operação policial ocorreu no contexto da busca pelos responsáveis pela morte de três médicos que aconteceu alguns dias antes. Os médicos estavam em um quiosque na Barra da Tijuca, enquanto participavam de um congresso em um hotel de luxo próximo ao local do crime.

As mortes tanto do professor quanto dos médicos foram completamente trágicas. Em ambas as situações, famílias estão enlutadas pela perda inesperada de seus entes queridos, cujas vidas foram interrompidas de maneira tão violenta.

O relato sobre a morte do professor me fez lembrar de Frantz Fanon, um renomado médico e escritor, autor do livro “Os condenados da terra”. Escrito em meio aos movimentos de libertação de países africanos do domínio europeu, Fanon argumenta que a violência é a força propulsora do mundo colonial. Não existe um campo neutro; ou você é um colonizador ou é colonizado. Aos colonizadores é reservado tudo o que a terra pode oferecer de melhor, enquanto aos colonizados é imposta a opressão e a violência. Eles são vistos como inferiores, bárbaros e incapazes de contribuir positivamente para a sociedade.

Além disso, Fanon alertava para os efeitos psicológicos que a violência pode ter sobre aqueles que passam por situações traumáticas como essas descritas acima. A violência não apenas ameaça a vida física, mas também compromete a saúde mental e emocional das pessoas envolvidas.

É necessário termos sensibilidade para não menosprezar nenhuma vida em relação a outra, nem para superestimar a importância de uma vida em detrimento de outra. Foi um triste fim para ambos os casos. É fundamental que mais integrantes da comunidade evangélica sejam capazes de analisar esses eventos e rejeitar a normalização de uma violência que nos afeta a todos. Nossa fé em Jesus Cristo não deve ser utilizada para reforçar esse aspecto estrutural de nossa sociedade.

Este texto expressa a opinião do autor, João Barros, um evangélico que atua como professor e pesquisador na área de Filosofia e Ciências Sociais. Ele destaca a necessidade de não generalizarmos a visão de uma comunidade religiosa e incentiva diferentes pontos de vista sobre esse tema sensível.