A articulação do Palácio do Planalto é considerada fundamental pelos aliados de Boulos, uma vez que a expectativa é que Nunes tenha o apoio do governador Tarcísio de Freitas, do Republicanos, e do ex-presidente Jair Bolsonaro, do Partido Liberal (PL). Diante da orientação de Lula para promover a candidatura de Boulos, o deputado tem participado constantemente de agendas importantes lideradas por Lula e, principalmente, de compromissos com ministros em São Paulo.
Boulos tem aproveitado amplamente as parcerias com o governo federal em suas redes sociais. No dia 24 de agosto, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa, do PT, esteve na Fiesp para apresentar o novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), um programa de investimentos do governo federal. Na ocasião, Boulos foi o único convidado do ministro e foi tratado por ele como o “futuro prefeito” da capital paulista diante dos empresários presentes na reunião.
Outro ministro que tem reforçado a pré-campanha de Boulos é Alexandre Padilha, do PT, ministro-chefe da Secretaria de Relações Institucionais e paulistano. Padilha tem aproveitado os eventos políticos para mobilizar petistas e reafirmar o apoio ao deputado do PSOL. Em um desses eventos, ele afirmou que, com Lula na Presidência e Boulos em São Paulo, o sonho do programa Minha Casa, Minha Vida será realizado pelos paulistanos.
Boulos também tem se destacado no acompanhamento de ações do Ministério da Saúde, como a expansão da área de oncologia do hospital Santa Marcelina, em Itaquera, na zona leste, e a construção de um hospital em Santo Amaro, na zona sul da capital. Ele foi recebido pela presidente do hospital, Nísia Trindade, para tratar desses assuntos. Além disso, junto ao Ministério do Desenvolvimento Social, comandado por Wellington Dias, do PT, o parlamentar articulou a instituição do programa de cozinhas solidárias, que foi incluído na proposta de reedição do Programa de Aquisição de Alimentos do governo. Boulos foi designado relator do tema no Congresso Nacional, com o aval de Lula.
O pré-candidato do PSOL também deverá ser o coordenador de mesa de diálogo instituída pelo Ministério dos Direitos Humanos para elaboração de um plano de ação destinado à população de rua. Boulos afirmou que o envolvimento de Lula será fundamental para construir uma campanha vitoriosa em São Paulo, onde o petista superou Bolsonaro na corrida presidencial.
Além das parcerias com ministérios voltados para São Paulo, Boulos tem recebido tratamento especial do Planalto em agendas com o presidente Lula. Ele foi um dos convidados a integrar a comitiva que acompanhou Lula em sua viagem a Nova York para o discurso de abertura da Assembleia-Geral da ONU. Na cidade, Boulos teve uma reunião com o ex-prefeito democrata Bill de Blasio.
Pela primeira vez na história, o PT não terá candidato próprio na principal capital do país. O compromisso foi firmado em 2022, quando Boulos renunciou a concorrer ao Governo de São Paulo em apoio à candidatura do hoje ministro da Fazenda, Fernando Haddad, do PT. Desde então, Lula tem atuado pessoalmente para evitar qualquer movimento pela lançamento de uma candidatura própria do PT em São Paulo. Ele chegou a abordar parlamentares petistas para reiterar que não existe alternativa ao nome de Boulos dentro do partido. Lula também se comprometeu a participar de agendas de campanha ao lado do parlamentar.
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