Nesta segunda-feira, são esperados mais temporais no Grande Oeste de Santa Catarina. A previsão é de chuvas intensas em todo o estado, o que pode resultar em queda de galhos e árvores, destelhamentos e danos na rede elétrica. Na terça-feira, a condição de chuvas fortes se estenderá ao Planalto Norte, aumentando os perigos. O coordenador de monitoramento e alerta da Defesa Civil, Frederico Rudorff, alerta para o risco de temporais com queda de granizo, vendavais, chuvas intensas e também para riscos de enxurradas, alagamentos, deslizamentos. Rudorff destaca que o solo está muito encharcado devido às chuvas dos últimos dias, o que aumenta o risco de inundações graduais.
No sábado, o corpo de Maicon Moraes Agostinho, de 29 anos, foi encontrado, tornando-se a quarta vítima em decorrência das chuvas. Ele estava desaparecido desde o dia 7, depois de ser arrastado pela enxurrada ao tentar atravessar uma ponte submersa montado a cavalo. Além de Maicon, Paulo Torinelli, de 65 anos, Olívia Berto, de 75 anos, e Rodrigo Farias, de 42 anos, também perderam a vida devido às chuvas. Um quinto óbito está sendo analisado pela Defesa Civil para confirmar se tem relação com as chuvas.
O comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar de Santa Catarina, coronel Fabiano de Souza, orienta a população a ter mais cuidado para evitar incidentes. Ele ressalta a importância de não atravessar pontes e áreas alagadas, pois é difícil enxergar onde pisar e identificar a vazão dos rios e das águas.
De acordo com a Defesa Civil, 144 municípios registraram ocorrências causadas pelos temporais, sendo que 126 deles já decretaram situação de emergência. Os municípios mais afetados receberam apoio da Marinha do Brasil, Exército Brasileiro e Polícia Rodoviária Federal, além de contar com equipes municipais e estaduais de resgate, segurança pública e assistência social atuando em conjunto.
No domingo, uma das comportas da Barragem Norte em José Boiteux foi aberta devido ao reservatório atingir o volume máximo e começar a verter acima da estrutura de contenção, representando risco de cheias para a região do Médio Vale. Indígenas dos povos Xokleng, Guarani e Kaingang, que vivem na região, temiam a inundação da Terra Indígena Ibirama-LaKlanõ.
As comportas da barragem não eram operadas desde 2014, o que resultou em problemas quando uma segunda comporta começou a ser aberta e a operação teve que ser interrompida. De acordo com estudos técnicos da Defesa Civil, a abertura de uma única comporta já reduziria em até dois metros as enchentes dos municípios às margens do rio Itajaí-Açu.
A Defesa Civil atuou em conjunto com a Polícia Federal e a Fundação Nacional dos Povos Indígenas na operação de abertura das comportas. Além disso, o Ministério dos Povos Indígenas anunciou a liberação de R$ 1,2 milhão para ajuda humanitária e emergencial aos povos afetados pelas chuvas.
A Defesa Civil solicitou um laudo imediato que comprove a segurança após o fechamento das comportas da Barragem Norte, especialmente após o transbordo das águas acima da estrutura de contenção.
As condições meteorológicas continuam preocupantes em Santa Catarina, com novos temporais sendo esperados. As autoridades seguem em alerta e trabalhando para minimizar os impactos dessas chuvas intensas na população.
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