Empresário Daniel Noboa lidera eleições presidenciais no Equador com vantagem sobre candidata de esquerda

O empresário de centro-direita, Daniel Noboa, foi o vencedor nas eleições presidenciais do Equador, confirmando seu favoritismo. Com mais de 40% das urnas apuradas, Noboa obteve 52,7% dos votos válidos, enquanto sua oponente, Luisa González, candidata de esquerda ligada ao ex-presidente Rafael Correa, conquistou 47,3% dos votos.

Caso as tendências se confirmem, o Equador terá o presidente mais jovem de sua história, já que Noboa possui apenas 35 anos de idade. Ele é filho do magnata das bananas, Álvaro Noboa, que já tentou concorrer ao cargo cinco vezes. No entanto, uma reportagem da Folha revelou que o empresário herdou empresas localizadas em paraísos fiscais, uma prática proibida pela lei equatoriana. Sua campanha preferiu não comentar a respeito dessa questão.

Será o terceiro governo seguido de direita ou centro-direita no Equador, após uma década de governos correístas. Lenín Moreno (2017-2021), ex-vice-presidente de Correa, rompeu com a força política do ex-presidente logo depois de assumir o cargo. Atualmente, o país é governado pelo ex-banqueiro Guillermo Lasso, que não conseguiu governar sem o apoio da força de esquerda na Assembleia Legislativa.

Por conta disso, Lasso decretou a dissolução da Casa e convocou eleições antecipadas, evitando um processo de impeachment. Caso Noboa seja eleito presidente, ele enfrentará uma séria crise de segurança no país. Onze dias antes do primeiro turno, o pré-candidato presidencial Fernando Villavicencio foi assassinado em meio a uma crescente violência política e ao aumento dos homicídios no país.

O Equador, antes considerado um país seguro, viu a guerra entre narcotraficantes se intensificar nos últimos dois anos. A produção global de cocaína aumentou, tornando os portos estratégicos do país importantes na rota para Estados Unidos, Europa e Ásia. Gangues locais se tornaram grupos sofisticados, armados e financiados por facções colombianas e mexicanas, enquanto o Estado não se preparou para lidar com essa ameaça. Suspeita-se que Villavicencio tenha sido assassinado por uma dessas facções, as quais ele costumava criticar publicamente.

Noboa era um nome relativamente desconhecido para a população equatoriana antes do primeiro turno. No entanto, seu bom desempenho em um debate presidencial o levou a ultrapassar seus adversários de direita e centro-direita, conquistando o segundo lugar atrás de González. Agora, com sua vitória confirmada, Noboa terá um ano e meio para enfrentar os desafios da segurança nacional no Equador.

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