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Sob a presidência de Correa, foi aprovada uma lei de comunicação que garantia o direito de resposta e a réplica, e os meios de comunicação tinham a obrigação legal de dar espaço ao contraditório. Esse avanço incomodou a imprensa tradicional, que costumava propagar barbaridades sobre o governo. Agora, no entanto, as coisas mudaram.
Com Lenin Moreno e a nova regulamentação da lei de meios de comunicação, o direito de resposta foi praticamente eliminado. Os veículos de comunicação agora têm a liberdade de desenvolver o seu próprio código de ética, o que tem gerado consequências prejudiciais para a sociedade equatoriana.
O sindicalista Ramiro Ibarra criticou veementemente a traição de Moreno ao correísmo e afirmou que ele se entregou à extrema-direita. Ibarra denunciou que, a partir dessa capitulação, os grandes empresários passaram a administrar tudo no governo, o que teve graves repercussões para o mercado de trabalho e o cotidiano das empresas. Foram criadas 11 novas formas de contratação precária e os poderes fáticos recuperaram a sua força.
Além disso, a imprensa também não tem cumprido o seu papel social. Os cartéis midiáticos estão a serviço de interesses particulares e perderam o seu compromisso com a sociedade equatoriana. Isso fica evidente na cobertura das eleições presidenciais, onde os institutos de pesquisa têm manipulado informações para vender ilusões aos eleitores.
Ibarra também criticou a forma como as entrevistas são conduzidas, afirmando que as perguntas são feitas já com a resposta incluída. Ele ressaltou a importância de escolher um destino diferente para o Equador, onde o crime organizado e o tráfico de drogas não dominem o Estado. O país merece um estilo de vida melhor, mas precisa superar os obstáculos impostos pelos poderes instituídos.
A ComunicaSul continuará cobrindo as eleições presidenciais no Equador com o apoio de várias entidades, incluindo jornais, sindicatos e federações. É importante destacar que as opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade exclusiva do autor. A reprodução do texto é permitida, desde que a fonte e os apoiadores sejam citados.