Irã nega envolvimento em ataque contra Israel em meio a acusações políticas

O Irã negou veementemente nesta segunda-feira (9) as acusações de que teria ajudado a planejar o maior ataque contra Israel em décadas. Segundo o porta-voz da diplomacia iraniana, tais acusações são infundadas e baseadas em motivos políticos.

Durante uma coletiva de imprensa em Teerã, o porta-voz Nasser Kanani afirmou que a nação palestina tem a capacidade, a força e a vontade necessárias para se defender e proteger seus direitos. Ele também reforçou o apoio do Irã ao grupo palestino Hamas, responsável pelos ataques que ocorreram no último sábado.

O presidente iraniano, Ebrahim Raisi, também manifestou apoio à ação do Hamas e culpou o regime sionista e seus apoiadores pelo conflito. Raisi ressaltou que os governos muçulmanos devem se unir em apoio à nação palestina.

No entanto, o jornal The Wall Street Journal informou que Teerã teria ajudado a planejar a ofensiva. Membros do Hamas e do Hizbullah teriam revelado que a Guarda Revolucionária iraniana aprovou o ataque durante um encontro em Beirute no início de agosto.

Essas acusações começaram a repercutir na corrida pela Presidência dos EUA. O ex-presidente Donald Trump culpou o atual líder americano, Joe Biden, por financiar indiretamente os ataques do Hamas, sem apresentar provas para embasar sua acusação. Trump afirmou que os dólares dos contribuintes americanos estariam sendo utilizados para financiar as ofensivas.

A Casa Branca, por sua vez, afirmou que é cedo para dizer se o Irã está diretamente envolvido nos ataques, mas destacou que o Hamas foi financiado, equipado e armado pela república islâmica.

A manifestação de Trump ecoa as alegações republicanas de que os US$ 6 bilhões entregues ao Irã no mês passado como parte de um acordo de troca de prisioneiros teriam sido utilizados para financiar a ofensiva.

Em resposta, o vice-secretário de imprensa da Casa Branca, Andrew Bates, afirmou nas redes sociais que essas alegações são mentirosas. Segundo Bates, o dinheiro entregue ao Irã só pode ser usado para compras verificáveis de necessidades humanitárias.

Vale ressaltar que o Irã não reconhece o Estado de Israel e o apoio à causa palestina tem sido uma constante em sua política externa. No último sábado, centenas de pessoas comemoraram os ataques em várias cidades iranianas, demonstrando solidariedade aos palestinos.

Durante uma sessão parlamentar, deputados iranianos entoaram gritos contra Israel e os Estados Unidos, em um vídeo divulgado pela agência de notícias Tasnim. A situação continua delicada na região e as repercussões políticas já estão sendo sentidas, inclusive nas eleições presidenciais dos EUA.

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