Estudantes e professores grevistas ocupam acesso à reitoria da USP em busca de solução para falta de professores

Estudantes e professores grevistas da USP (Universidade de São Paulo) ocuparam o acesso à reitoria da instituição na manhã desta quarta-feira (4). A terceira reunião entre representantes do movimento estudantil e a direção acadêmica aconteceu no prédio ocupado.

No encontro estavam presentes 11 alunos, o reitor Carlos Gilberto Carlotti Junior e sua vice, Maria Arminda do Nascimento Arruda. Esperava-se que a direção acadêmica apresentasse uma proposta para o fim da greve, que começou em 18 de setembro e reivindica a contratação de mais professores nas unidades.

No entanto, a marcha dos grevistas para a reunião já foi tumultuada. O grupo de negociadores dos estudantes chegou por volta das 10h, com a presidente da Adusp (Associação de Docentes Universidade de São Paulo), Michele Schultz, que declarou apoio ao movimento. No entanto, a reitoria não permitiu sua participação, causando revolta entre os estudantes. Eles pediram para que Schultz fosse autorizada a entrar no prédio, mas apenas os alunos foram permitidos.

Schultz expressou sua indignação dizendo à reportagem: “Não entendemos nada. Qual era o problema da minha presença? Eis a prova do autoritarismo do reitor. A pauta dos estudantes é a nossa pauta. A luta deles é nossa.”

Na semana passada, uma reunião entre líderes acadêmicos e a reitoria terminou sem acordo. Os gestores argumentaram que as reivindicações apresentadas pelos estudantes são inacessíveis.

As reivindicações dos estudantes incluem a contratação de professores, aumento do auxílio para a permanência estudantil, melhorias na infraestrutura da USP Leste, promoção de vestibular indígena e valorização dos direitos estudantis.

O principal ponto de discussão é a contratação de novos docentes. Os estudantes exigem o retorno do gatilho automático para a contratação de professores, um número mínimo de educadores para garantir o funcionamento dos cursos e o fim do edital de excelência ou mérito, que consideram injusto.

Na sexta-feira passada, diretores de todas as unidades da USP divulgaram uma carta sobre a greve. Eles criticaram os grevistas e defenderam o reitor, afirmando que algumas manifestações do movimento estudantil bloquearam o acesso aos espaços da universidade e constrangeram professores, servidores técnico-administrativos e alunos.

Os gestores reconhecem a importância das reivindicações apresentadas, especialmente a contratação de docentes, mas atribuem o problema à administração anterior da universidade.

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