Encontradas mais cinco carcaças de botos no Lago Tefé, elevando número de mortes para mais de 125

O Grupo emergencial de acompanhamento e retirada dos botos do Lago Tefé, no Amazonas, divulgou um balanço na noite dessa terça-feira (3), informando o encontro de mais cinco carcaças desses animais. As carcaças foram encaminhadas para necropsia, e até o momento, as altas temperaturas na região estão sendo apontadas como a principal causa da morte de mais de 125 botos no Lago Tefé.

O Instituto de Desenvolvimento Sustentável Mamirauá afirmou que o Grupo de Resgate de Animais em Desastres (Grad) não encontrou nenhum boto vivo com alteração comportamental que necessitasse de resgate, mas ficou em alerta próximo à região onde foram encontrados dois novos botos mortos por volta das 2h. A mobilização para a retirada dos animais do lago teve início no fim de semana, após a morte de mais de 100 mamíferos aquáticos, como o boto vermelho e o tucuxi, que viviam no local.

No sábado (30), equipes de veterinários e servidores do Centro de Mamíferos Aquáticos (CMA) do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) foram enviadas para apurar as causas da mortandade extrema desses animais. Além disso, novas equipes de especialistas do Mamirauá foram montadas para analisar a mortandade dos peixes no lago. Um especialista em plânctons do Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) também deve chegar na quarta-feira (4) para estudar o surgimento de uma floração de algas no Lago Tefé e avaliar a possibilidade de liberação de alguma toxina na água.

Devido à estiagem e aos impactos causados pela seca em 58 municípios do Amazonas, o vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, viajou para Manaus para avaliar a situação e definir medidas para mitigar os seus impactos. O governo anunciou a realização de duas obras de dragagem nos rios Solimões e Madeira, a liberação do seguro-defeso aos pescadores prejudicados e o envio de brigadistas para auxiliar no controle de incêndios.

Com a seca prolongada, a prefeitura de Manaus decidiu antecipar o fim do ano letivo na rede municipal de ensino de comunidades ribeirinhas, localizadas no Rio Negro. A Secretaria Municipal de Educação informou que o término ocorrerá nesta quarta-feira, devido à dificuldade de professores e alunos se deslocarem para as escolas.

Devido à situação crítica, 23 municípios do Amazonas já decretaram situação de emergência, e outros 35 estão em alerta. O governador, Wilson Lima, também decretou situação de emergência em 55 municípios do Estado afetados pela seca.

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