Essa projeção é resultado do leve aumento nas exportações e da diminuição no valor das importações de produtos, cujos preços caíram nos últimos meses. Segundo o governo, as exportações deverão atingir US$ 334,2 bilhões em 2023, um aumento de apenas 0,02% em relação ao ano passado. Já as importações são projetadas em US$ 241,1 bilhões, o que representa uma queda de 11,5% em comparação a 2022.
Essas estimativas foram revisadas em relação à projeção anterior, divulgada em julho. As exportações tiveram um aumento de US$ 4,2 bilhões, enquanto as importações foram reduzidas em US$ 4,1 bilhões. O subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior do MDIC, Herlon Brandão, atribuiu essa melhora no saldo comercial ao desempenho robusto das exportações, mesmo com a queda nos preços de algumas commodities.
Brandão ressaltou que este será o primeiro ano em que o Brasil registrará um superávit comercial acima de US$ 70 bilhões. Ele destacou o crescimento dos volumes de exportação como o principal fator para esse resultado positivo. Além disso, o secretário explicou que a queda nas importações se deve principalmente à redução na compra de bens intermediários, enquanto as importações de bens de capital e bens de consumo tiveram um aumento.
O MDIC aponta dois fatores como responsáveis pelo saldo recorde em 2023. Por um lado, os preços das commodities energéticas e dos fertilizantes estão em queda após atingirem um pico no início da guerra entre Rússia e Ucrânia. Por outro lado, a desaceleração da economia deve levar a uma redução nas importações devido à retração do consumo.
Essa guerra entre Rússia e Ucrânia tem impactado as importações nos últimos meses. Os preços internacionais dos adubos, fertilizantes e combustíveis importados caíram significativamente em relação ao mesmo período do ano anterior. Além disso, o preço médio do trigo, outro produto importado em grande quantidade pelo Brasil, também registrou uma queda expressiva.
Com essas projeções positivas para o saldo comercial, o Brasil se mostra otimista em relação à sua capacidade de exportação e controle das importações. Esses resultados podem ser um impulso para a economia do país e uma oportunidade para fortalecer ainda mais o setor exportador brasileiro.