O secretário Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Cláudio Augusto Vieira da Silva, comentou o resultado positivo da eleição unificada, ressaltando o apoio do governo federal para enfatizar a importância do trabalho dos conselheiros tutelares na defesa dos direitos das crianças e adolescentes.
Segundo Cláudio Vieira, esse aumento nos votos era esperado, considerando que se trata de uma eleição facultativa e de um órgão cuja importância e funcionamento não são totalmente compreendidos por todas as pessoas. O secretário destacou ainda que as fortes chuvas em diversas regiões do Brasil também podem ter influenciado a participação facultativa do eleitorado.
Segundo os dados parciais divulgados pelo Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania até as 19h40, o município de Joinville, em Santa Catarina, registrou o maior aumento no comparecimento nas seções eleitorais, com um aumento de 50% em relação à última eleição desse tipo na cidade. Já a cidade de Palmas, em Tocantins, foi a primeira capital a concluir a apuração, com um total de 23,743 votos, correspondentes a 14% do eleitorado. A ilha de Fernando de Noronha, em Pernambuco, foi a primeira localidade a ter os dados consolidados, registrando 347 votos, correspondentes a 11% do eleitorado e o dobro de participação em comparação com 2019.
No entanto, a eleição não ocorreu sem problemas. Ainda há municípios que enfrentaram irregularidades, o que pode acarretar em novas eleições nessas localidades. O membro auxiliar da Comissão da Infância, Juventude e Educação do Conselho Nacional do Ministério Público e promotor de justiça do Ministério Público de Santa Catarina, João Luiz de Carvalho Botega, destacou a situação de três municípios onde houve eleição indireta irregular: Uberlândia (MG), Rio Largo (AL) e Santana do Ipanema (AL). Nessas localidades, houve denúncias de que vereadores e membros dos conselhos tutelares municipais escolheram os novos conselheiros, o que é proibido pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e pela resolução 231 do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente.
Botega ressaltou a importância da população denunciar esses fatos ao Ministério Público e à Comissão Especial do Processo de Escolha, pois a confirmação de irregularidades pode resultar na perda da vaga no conselho tutelar. Além disso, o promotor destacou que tanto o candidato como seus apoiadores são responsáveis pelos excessos cometidos durante o processo eleitoral, conforme estabelecido pela resolução do Conanda.
Diante desses desafios, o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania trabalhará para definir uma data única para as novas eleições nos municípios que enfrentaram problemas, antes das posses nos conselhos tutelares municipais, que estão previstas para janeiro de 2024.
A eleição dos conselheiros tutelares é de extrema importância, uma vez que esses profissionais são responsáveis por proteger e garantir os direitos de crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. Por isso, é fundamental que o processo eleitoral seja conduzido de forma transparente e dentro da legalidade, para assegurar a legitimidade e eficácia do trabalho desses conselheiros.