Acesso à água é desafio para pessoas em situação de rua durante ondas de calor em São Paulo

No último mês, pessoas em situação de rua em São Paulo enfrentaram grandes dificuldades em relação ao acesso à água em dias de calor extremo. A capital paulista registrou temperaturas acima de 35ºC e uma umidade relativa do ar abaixo de 35%. Este cenário fez com que encontrar água para beber e sombra para se proteger do sol se tornasse um desafio para as mais de 53 mil pessoas que vivem nas ruas da cidade.

A prefeitura de São Paulo realizou a Operação Altas Temperaturas, distribuindo garrafinhas de água, frutas e bonés para amenizar o problema. No entanto, essas medidas emergenciais são consideradas insuficientes para enfrentar a realidade das pessoas em situação de rua. André Soler, fundador da SP Invisível, destaca que a população de rua está sempre precisando de água e que os bebedouros públicos da cidade não são suficientes para atendê-los.

Para a professora Denise Duarte, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), é necessário pensar em mudanças mais estruturais para lidar com este tipo de situação. Ela propõe a criação de oásis urbanos, com espaços de resfriamento distribuídos pela cidade, que possam abrigar as pessoas em momentos de calor extremo. Além disso, aumentar a vegetação e a presença de água nas áreas urbanas é uma medida que traria benefícios não apenas para as pessoas em situação de rua, mas para toda a população.

Denise ressalta a urgência dessas ações de adaptação, pois os problemas estão afetando diretamente as populações mais vulneráveis, como as pessoas em situação de rua e as comunidades de assentamentos informais. Ela defende que investir nessas estruturas é fundamental para enfrentar as mudanças climáticas e tornar as cidades mais preparadas para os eventos extremos.

A Agência Brasil procurou a prefeitura de São Paulo para obter posicionamento sobre o assunto, mas ainda aguarda uma resposta. Enquanto isso, a população de rua continua enfrentando os desafios impostos pelas altas temperaturas e a falta de acesso à água. É necessário que sejam tomadas medidas efetivas e duradouras para garantir a saúde e o bem-estar dessas pessoas, além de pensar em soluções que tornem as cidades mais adaptadas aos eventos climáticos extremos.

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