A prefeitura de São Paulo realizou a Operação Altas Temperaturas, distribuindo garrafinhas de água, frutas e bonés para amenizar o problema. No entanto, essas medidas emergenciais são consideradas insuficientes para enfrentar a realidade das pessoas em situação de rua. André Soler, fundador da SP Invisível, destaca que a população de rua está sempre precisando de água e que os bebedouros públicos da cidade não são suficientes para atendê-los.
Para a professora Denise Duarte, da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo (USP), é necessário pensar em mudanças mais estruturais para lidar com este tipo de situação. Ela propõe a criação de oásis urbanos, com espaços de resfriamento distribuídos pela cidade, que possam abrigar as pessoas em momentos de calor extremo. Além disso, aumentar a vegetação e a presença de água nas áreas urbanas é uma medida que traria benefícios não apenas para as pessoas em situação de rua, mas para toda a população.
Denise ressalta a urgência dessas ações de adaptação, pois os problemas estão afetando diretamente as populações mais vulneráveis, como as pessoas em situação de rua e as comunidades de assentamentos informais. Ela defende que investir nessas estruturas é fundamental para enfrentar as mudanças climáticas e tornar as cidades mais preparadas para os eventos extremos.
A Agência Brasil procurou a prefeitura de São Paulo para obter posicionamento sobre o assunto, mas ainda aguarda uma resposta. Enquanto isso, a população de rua continua enfrentando os desafios impostos pelas altas temperaturas e a falta de acesso à água. É necessário que sejam tomadas medidas efetivas e duradouras para garantir a saúde e o bem-estar dessas pessoas, além de pensar em soluções que tornem as cidades mais adaptadas aos eventos climáticos extremos.