Garimpeiros amarram crianças yanomami em árvores após acusação de roubo de celular, denuncia associação indígena

Uma grave denúncia foi encaminhada pela Hutukara Associação Yanomami ao Ministério Público Federal em Roraima (MPF-RR), relatando que garimpeiros teriam amarrado e torturado pelo menos duas crianças e um adolescente da etnia yanomami, alegando que eles teriam roubado um celular. A denúncia é embasada em um vídeo, supostamente gravado pelos próprios garimpeiros, que teria sido registrado no início do mês de agosto.

O presidente da Urihi Associação Yanomami, Junior Hekurari, ressaltou a importância de que as autoridades investiguem de forma rigorosa os fatos apresentados. Ele acrescentou que a filmagem teria ocorrido na região de Surucucu, onde há atividade de garimpo ilegal há aproximadamente três anos.

No vídeo, é possível ouvir os garimpeiros acusando as crianças de roubo e questionando sobre a existência de uma arma. No entanto, as crianças negam as acusações. Diante da gravidade do caso, dezenas de yanomamis se mobilizaram para resgatar as vítimas, o que resultou em disparos de tiros.

O Ministério Público Federal confirmou o recebimento da representação da Hutukara Associação Yanomami, relatando a violência sofrida pelas crianças e pelo adolescente na mão dos garimpeiros. Diante disso, o procurador responsável pelo caso tomou providências imediatas, acionando órgãos como a Polícia Federal, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), a Fundação Nacional do Índio (Funai) e o Exército.

A situação descrita nessa denúncia escancara a grave e crescente problemática do garimpo ilegal em terras indígenas. Além das consequências ambientais, que são extremamente prejudiciais, como a contaminação dos rios e a destruição de áreas de floresta, os garimpeiros têm protagonizado uma série de violações de direitos humanos contra os povos tradicionais.

É fundamental que as autoridades competentes ajam de forma enérgica e rápida para apurar os fatos e responsabilizar os envolvidos nesse ato de violência. As comunidades yanomamis têm o direito de viver em paz, respeitando suas tradições e cultura milenar. A proteção e garantia dos direitos dos povos indígenas devem ser prioridades em uma sociedade que preza pela justiça e igualdade.

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