Secretário de Transportes do Pará defende remoção de formação rochosa para construção de hidrovia no rio Tocantins

O secretário de Transportes do Pará, Adler Silveira, defende a remoção da formação rochosa do Pedral do Lourenço, localizado no estado paraense, a fim de possibilitar a construção de uma hidrovia no rio Tocantins. Durante um debate realizado na Câmara dos Deputados na última terça-feira, Silveira afirmou que o Pará é a última fronteira agrícola do país e que a hidrovia facilitará o escoamento da produção, resultando em um aumento da produtividade e, consequentemente, do PIB.

De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), os estudos necessários à concessão da licença ambiental serão entregues até dezembro ao Ibama. A criação da hidrovia é vista como uma oportunidade de transformação social na região, além de uma forma de reduzir os custos do frete.

O deputado Vicentinho Júnior, favorável à obra, afirmou que a remoção do Pedral do Lourenço permitirá desbloquear o gargalo logístico local. Ele ainda expressou sua esperança de que, um dia, o Brasil possa ter seu próprio “Mississipi brasileiro”, um rio navegável, limpo e viável para todo o país.

No entanto, é importante ressaltar que a questão ambiental e os direitos dos povos tradicionais e originários devem ser considerados durante as obras no rio Tocantins. O presidente do Ibama, Rodrigo Mendonça, declarou que a decisão sobre a concessão da licença ambiental para a hidrovia dependerá dos estudos realizados pelo Dnit.

Segundo o diretor de Infraestrutura Aquaviária do Dnit, Erick de Medeiros, a intenção é entregar os documentos ao Ibama até dezembro e iniciar a retirada do Pedral do Lourenço em março de 2024. Para garantir a navegação ao longo de todo o ano no rio Tocantins, será necessário realizar obras de dragagem e derrocamento, aumentando a profundidade e removendo o material solto do fundo do rio.

A construção da hidrovia no rio Tocantins é vista como uma importante medida para impulsionar o desenvolvimento econômico no Pará e facilitar o escoamento da produção agrícola. No entanto, o projeto também enfrenta desafios relacionados à preservação ambiental e ao respeito aos direitos dos povos tradicionais. O Ibama aguarda os estudos do Dnit para tomar uma decisão sobre a concessão da licença ambiental. A previsão é que as obras sejam iniciadas em março de 2024, após a entrega dos documentos necessários.

Sair da versão mobile