Lula reforça necessidade de acordo equilibrado entre Mercosul e União Europeia em reuniões com líderes europeus durante Cúpula do G20.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se reuniu neste domingo (10) com líderes europeus durante a Cúpula do G20, em Nova Déli, na Índia. O objetivo desses encontros foi reiterar a importância de um acordo equilibrado entre o Mercosul e a União Europeia (UE), que permita uma agenda comercial ambiciosa entre os dois blocos.

Durante as agendas, Lula teve conversas com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, e o presidente francês, Emmanuel Macron. O presidente brasileiro enfatizou a necessidade de resolver as pendências que estão impedindo um desfecho do acordo, cobrando clareza por parte dos europeus. Ele acredita que a decisão agora está mais no campo político do que técnico.

De acordo com o Palácio do Planalto, Lula informou que o Mercosul está pronto para concluir o acordo o mais rápido possível e espera uma postura clara por parte dos europeus. Segundo ele, não faz mais sentido procrastinar consensos após tantos anos de tratativas. Chegou o momento dos líderes dos dois lados tomarem a decisão política de levar o acordo adiante.

O presidente brasileiro reafirmou que o Mercosul não aceita a proposta da UE, que inclui possibilidades de sanções em relação a temas ambientais. O grupo europeu pretende punir aqueles que descumprirem os termos do Acordo de Paris, tratado internacional sobre mudanças climáticas adotado em 2015.

Lula já havia expressado anteriormente que considera essa proposta inaceitável. No entanto, ele está confiante em alcançar um acordo equilibrado até o final do ano, levando em conta as necessidades de ambos os lados. Recentemente, o Mercosul apresentou uma contraproposta ao documento adicional dos europeus.

O presidente destacou também as ações do governo brasileiro para reduzir o desmatamento na Amazônia e a realização da Cúpula da Amazônia em agosto, em Belém. Lula ressaltou que a proposta da UE desconsidera as credenciais do Brasil nesse tema.

O acordo entre o Mercosul e a UE foi aprovado em 2019 após 20 anos de negociações e agora precisa ser ratificado pelos parlamentos dos países dos dois blocos para entrar em vigor. A negociação envolve 31 países.

Além das discussões sobre o acordo, Lula também tratou de parcerias culturais com o presidente francês Emmanuel Macron. Os dois concordaram em reeditar, em 2025, uma parceria para levar representantes da cultura brasileira à França e destaques do cenário artístico francês ao Brasil.

O presidente brasileiro também conversou com o príncipe herdeiro e primeiro-ministro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman. Os representantes sauditas expressaram o desejo de ampliar os investimentos no Brasil, principalmente na área de petróleo, gás e fontes verdes, além de retomar uma agenda comercial que estava parada nos últimos anos. Foi acertada a visita de uma delegação de empresários e autoridades sauditas ao Brasil em breve.

Lula deu as boas-vindas à Arábia Saudita como novo país-membro do Brics e enfatizou a importância dos investimentos sauditas para a transição para uma economia mais sustentável, com destaque para setores de alta tecnologia, como o desenvolvimento de motores híbridos e hidrogênio verde.

As relações comerciais entre o Brasil e a Arábia Saudita vêm crescendo ano a ano e em 2022 o volume comercializado chegou a US$ 8,2 bilhões.

Essas reuniões durante a Cúpula do G20 demonstram a busca de Lula por fortalecer parcerias internacionais e impulsionar a economia brasileira.

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