Uso de moedas locais entre países do Brics agilizará comércio internacional e reduzirá custos, diz ministro das Relações Exteriores.

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou durante uma entrevista ao Programa Bom Dia, Ministro, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que o uso de moedas locais para as relações comerciais entre os países do Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) vai agilizar o comércio e reduzir os custos internacionais. Segundo o ministro, caso os países sejam responsáveis com relação às suas contas nacionais, o uso das moedas locais também pode ajudar a fortalecer as economias desses países.

De acordo com Vieira, foi determinado aos ministros da economia que estudassem mecanismos para que o comércio bilateral entre os países do Brics possa ser liquidado nas suas respectivas moedas nacionais. Isso permitiria que o Brasil, por exemplo, pudesse utilizar o Real nas suas operações de comércio internacional, enquanto os outros países receberiam em suas próprias moedas. Essa medida representa um passo importante para agilizar o comércio e reduzir os custos de transferência internacionais.

Vieira destacou que essa iniciativa não se trata de criar uma nova moeda, mas sim de eliminar os custos de transferências internacionais e bancárias. O ministro ressaltou que buscar o uso de moedas locais no comércio internacional não é uma novidade, sendo que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva já havia tentado essa abordagem em outros mandatos presidenciais. Desde 2005, o Brasil possui um acordo com a Argentina para realizar o pagamento do comércio bilateral nas suas moedas locais.

Além disso, durante a entrevista, Vieira reiterou a posição brasileira em relação ao conflito entre Rússia e Ucrânia, no leste Europeu. O ministro defendeu que o Brasil é um dos poucos países que têm relações diplomáticas com ambos os países e que, por isso, é indispensável falar com ambos os lados para buscar uma solução pacífica.

Por fim, o ministro informou que o governo brasileiro está preparando estudos para definir os países onde serão instaladas embaixadas e consulados no continente africano. Essa é uma promessa feita pelo presidente Lula durante sua visita à Angola. Vieira ressaltou a importância de ter mais representações do Brasil na África, devido à identidade política, cultural e social que o país possui com o continente.

A abertura de embaixadas e consulados na África faz parte de uma estratégia do governo brasileiro para aumentar sua presença e fortalecer seus laços com os países do continente. A definição das localidades para a instalação dessas representações será feita com base em estudos que buscam um equilíbrio de representação nas diferentes regiões africanas.

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