Suspeita de injúria racial contra vigia é liberada pela Justiça com medidas cautelares após audiência de custódia

Ana Cláudia Arantes Cardoso, acusada de cometer injúria racial contra um vigia do Hospital Casa São Bernardo da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro, teve sua liberdade provisória concedida pela Justiça na terça-feira (5), após audiência de custódia.

O caso ocorreu no último domingo (3) e foi direcionado a Otoniel da Silva Lopes, de 42 anos. Vídeos divulgados nas redes sociais mostram Ana Cláudia agredindo e proferindo palavras racistas contra o vigia, chamando-o de “preto, marginal e favelado”.

De acordo com a decisão de soltura, a suspeita irá responder ao processo em liberdade, mas precisará cumprir medidas cautelares estabelecidas pela Justiça, incluindo a apresentação mensal ao poder judiciário fluminense e a proibição de contato com a vítima e testemunhas, além da proibição de frequentar o hospital onde ocorreu o episódio.

A prisão de Ana Cláudia aconteceu em flagrante após a denúncia de Otoniel, que relatou ter sido vítima de agressões racistas por parte da suspeita. A equipe da CNN tentou entrar em contato com Ana Cláudia, porém, não obteve resposta.

A reportagem também entrou em contato com a Secretaria de Estado de Administração Penitenciária do Rio de Janeiro para confirmar se a suspeita foi liberada, mas aguarda retorno.

Entenda o caso

No domingo (3), Otoniel da Silva Lopes estava trabalhando no Hospital Casa São Bernardo quando foi agredido por Ana Cláudia Arantes Cardoso. Otoniel contou à CNN que a suspeita estacionou o veículo em uma vaga destinada às ambulâncias e se recusou a retirá-lo mesmo após o pedido de outros seguranças.

Ao solicitar novamente a retirada do carro, Ana Cláudia tentou atropelar o vigia, mas acabou atingindo cones de segurança de trânsito. Otoniel relatou: “Ela estava gritando que deveriam entregar o telefone e o cordão de ouro dela e começou a agredir os agentes. Eu tomei frente da situação e ela começou a me agredir e a me chamar de ‘preto, marginal, favelado, safado’. Foi uma situação bem difícil e constrangedora.”

Vídeos feitos por testemunhas mostram as agressões e os xingamentos racistas direcionados ao vigia. A Polícia Civil foi acionada e realizou a prisão em flagrante. Segundo o processo, o crime cometido foi de “injuriar alguém, ofendendo-lhe a dignidade ou o decoro, em razão de raça, cor, etnia ou procedência nacional”.

Vídeo relacionado:
Ipec: Oito em cada dez brasileiros veem país como racista | LIVE CNN

Sob supervisão de Giovanna Bronze

Sair da versão mobile