Justiça aumenta pena de PMs condenados pela morte de Amarildo; corpo do pedreiro ainda não foi encontrado.

A Justiça decidiu aumentar as penas dos policiais militares envolvidos na morte e no desaparecimento do pedreiro Amarildo Dias de Souza, conforme anunciado pela 6ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) nessa terça-feira (22).

Amarildo desapareceu em julho de 2013, após ter sido levado por policiais militares para a Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) na favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. Até hoje, seu corpo não foi encontrado.

Os novos tempos de prisão estabelecidos são: Major Edson Raimundo dos Santos, então comandante da UPP Rocinha, com 16 anos, 3 meses e 6 dias; Tenente Luiz Felipe de Medeiros, então comandante da UPP Rocinha, com 12 anos, 8 meses e 3 dias; Soldado Douglas Roberto Vital Machado, com 13 anos e 8 meses; Soldados Anderson Cesar Soares Maia, Wellington Tavares da Silva, Marlon Campos Reis, Jorge Luiz Gonçalves Coelho e Felipe Maia Queiroz Moura, com 9 anos, 5 meses e 15 dias.

Os recursos do Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) pedindo o aumento das penas foram acolhidos pelos ministros da 6ª Turma, que também rejeitaram os recursos das defesas dos policiais, os quais solicitavam a anulação da condenação.

O relator do caso, ministro Rogerio Schietti Cruz, afirmou que as penas precisaram ser revisadas, já que as decisões anteriores não levaram em consideração fatos relevantes como a falta de localização do corpo de Amarildo. Segundo ele, “a ausência da recuperação do corpo autoriza o aumento da sanção. O fato de o corpo da vítima, 10 anos depois do crime, ainda não haver sido encontrado, de modo a impedir que seus familiares o sepultem, é circunstância mais grave do delito”.

Durante a sessão, as defesas dos policiais alegaram irregularidades no processo da Justiça do Rio de Janeiro e afirmaram que a condenação foi baseada apenas no testemunho de uma pessoa, faltando provas para comprovar as ações dos agentes.

Essa decisão da Justiça representa um avanço para a família de Amarildo, que há anos busca por justiça. O aumento das penas dos policiais responsáveis pelo seu desaparecimento é um reconhecimento da gravidade do crime cometido e do sofrimento causado à família de Amarildo pela falta de seu corpo.

Ainda assim, a busca pelo corpo de Amarildo e a conclusão de todo o processo de investigação continuam sendo desafios a serem enfrentados. A história de Amarildo se tornou um símbolo triste das violações cometidas por alguns policiais militares, e é fundamental que tais casos sejam esclarecidos e que a justiça seja feita.

Compartilhe essa notícia e acompanhe as atualizações sobre esse caso para entender melhor os desdobramentos e as repercussões dessa decisão da Justiça.

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