Tio do candidato à vice-presidência argentina é acusado de envolvimento em torturas durante a ditadura militar

Ernesto Villarruel, tio da candidata a vice-presidente argentina Victoria Villarruel pela chapa de Javier Milei, está sendo acusado de ser um dos agentes responsáveis pelas torturas cometidas no centro clandestino El Vesubio, na região metropolitana de Buenos Aires. A acusação foi feita pelo juiz Daniel Rafecas, que liderou uma investigação sobre o caso. Villarruel chegou a ser condenado em primeira instância, mas recorreu e o processo está atualmente congelado devido à alegada “incapacidade de afrontar o julgamento” por problemas de saúde.

A advogada e parlamentar Myriam Bregman revelou durante um programa de televisão que o nome de Villarruel aparece em uma nota da carceragem onde está preso o repressor Miguel Etchecolatz, como uma das pessoas autorizadas a ter contato com ele. Bregman afirmou ter provas de ameaças e ataques pessoais enviados por Victoria Villarruel. A acusação causou uma onda de reações por parte de organismos de direitos humanos.

Reações

O ato de homenagem de Victoria Villarruel à ditadura argentina gerou protestos por parte de centenas de pessoas que se reuniram em frente à Assembleia Legislativa de Buenos Aires. Além disso, outras organizações estão preparando uma mobilização para esta semana, envolvendo entidades como Abuelas de Plaza de Mayo, Madres de Plaza de Mayo, Fundação Memória Histórica e Social da Argentina, Movimento Ecumênico pelos Direitos Humanos, Liga Argentina pelos Direitos Humanos e Associação Boa Memória.

A parlamentar Victoria Montenegro, presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Buenos Aires, destacou a importância de enfrentar o negacionismo com uma melhor estratégia, afirmando que há uma parcela da população que adere a esse discurso, em parte devido ao espaço concedido pela mídia aos propagadores do negacionismo.

Matéria atualizada às 20h50.