O requerimento para a realização dessa reunião foi feito pelo deputado Airton Faleiro (PT-PA), que ressaltou a crescente atenção dada à economia verde e a necessidade de regulamentar as relações trabalhistas nesse setor levando em consideração a sustentabilidade e o bem-estar dos trabalhadores.
Carlos Eduardo Chaves Silva, representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores Assalariados e Assalariadas Rurais, denunciou o alto nível de informalidade no campo, onde contratos sazonais e de curta duração são comuns, contribuindo para a instabilidade dos trabalhadores. Ele lamentou a falta de discussão sobre os direitos trabalhistas no contexto da sociobioeconomia, afirmando que isso poderia criar uma categoria de trabalhadores de segunda classe.
Durante a reunião, Manoel de Carvalho, representante do Ministério do Trabalho, destacou a importância de se considerar as peculiaridades da floresta e das atividades extrativistas na garantia da segurança do trabalho. Ele ressaltou que acidentes envolvendo animais selvagens, como onças, arraias e cobras, são comuns nesse contexto.
Dione Torquato, representante do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, afirmou que é fundamental reconhecer a importância das populações tradicionais na manutenção de atividades produtivas que também preservam o meio ambiente. Ele criticou a falta de discussões sobre a valorização dessas populações e a garantia de seus direitos como trabalhadores extrativistas.
O ministro do Tribunal Superior do Trabalho, Alberto Balazeiro, destacou a necessidade de garantir condições dignas de trabalho compatíveis com a preservação do meio ambiente. Ele afirmou que muitos debates sobre trabalho verde ainda não contemplam a proposta da comissão, que é o desenvolvimento de regulamentações para a preservação do trabalho digno.
Por sua vez, Cilene Zimmermann, representante do Ministério Público do Trabalho, defendeu que setores poluentes se tornem cada vez mais sustentáveis tanto para o meio ambiente quanto para os trabalhadores.
Essa audiência pública foi um importante espaço para debater as questões trabalhistas no contexto da sociobioeconomia. Os especialistas presentes ressaltaram a necessidade de regulamentações que garantam a dignidade e os direitos dos trabalhadores, levando em consideração a sustentabilidade e a preservação dos recursos naturais. Agora, cabe aos parlamentares analisarem as informações e propostas apresentadas para que medidas efetivas sejam adotadas visando a melhoria das condições de trabalho nesse setor.