No último final de semana, a Abranet veiculou um anúncio na televisão no qual afirmou ser interesse dos bancos acabar com o parcelamento sem juros. A Febraban então entrou com uma ação junto ao Conar e conseguiu interromper a veiculação por meio de um despacho assinado por Pompilo.
A Abranet recorreu da decisão e agora Pompilo busca uma audiência urgente entre as partes envolvidas. Caso não haja acordo, o caso será encaminhado para o conselho de ética do Conar.
O centro dessa disputa é um projeto de lei em tramitação no Congresso que propõe estabelecer um limite de 100% nos juros cobrados no rotativo do cartão de crédito. Enquanto isso, um grupo de trabalho do Banco Central discute alternativas para diminuir os juros nas compras parceladas, que chegaram a 445% ao ano.
Uma das propostas é acabar com o próprio rotativo. Outra proposta é cobrar juros nas compras parceladas por cartão, ideia que conta com o apoio dos bancos. As associações ligadas ao varejo foram incluídas nesse grupo de trabalho após o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, declarar em uma audiência no Senado que planejava acabar com o rotativo.
Após a veiculação do comercial, as divergências entre a Febraban e a Abranet se intensificaram. O presidente da Febraban, Isaac Sidney, afirmou em nota que as maquininhas independentes têm se tornado uma parcela relevante do varejo, mas que esse é um modelo artificial que estimula compras com financiamento a longo prazo, prejudicando os lojistas com taxas altas de descontos.
A presidente da Abranet, Carol Conway, nega essas afirmações e informa que, de acordo com dados do Banco Central, as taxas de juros cobradas pelas maquininhas na antecipação dos recebíveis são muito menores, de 19% ao ano, enquanto os bancos cobram 445% ao ano no rotativo.
A Abranet não quis se manifestar sobre a decisão do Conar.