A missão de Paulo era traduzir o ambiente dos botequins, que são mais do que simples bares ou restaurantes, mas sim locais que dão alma à boemia carioca. Essa paixão o levou a escrever o livro “Memória Afetiva do Botequim Carioca”, em parceria com o amigo José Octávio Sebadelhe, que foi publicado em 2016 e documenta a cultura desses estabelecimentos.
Além de sua carreira no jornalismo, com passagens por veículos como Jornal do Brasil, O Dia e O Globo, Paulo também era antropólogo e conciliava o trabalho na redação com sua vida acadêmica. Era pesquisador do Laboratório de Etnografia Metropolitana do Rio de Janeiro, da UFRJ. Em uma passagem pela França, ele apresentou a cultura carioca e fez comparações com bairros parisienses.
A amiga Vivi Fernandes de Lima, também jornalista, lembra que a amizade com Paulo começou em 1997, em um dos encontros no botequim Dona Maria, na rua Garibaldi, onde aconteciam rodas de samba. Desde então, eles frequentavam esses eventos e construíram uma forte amizade.
Nos últimos anos, problemas de mobilidade e circulação debilitaram a saúde de Paulo. Ele havia se mudado para Santa Teresa, na região central do Rio de Janeiro, e fazia críticas aos condomínios fechados que dificultavam a circulação de pessoas pela cidade. Infelizmente, ele faleceu em decorrência de problemas no fígado.
A morte de Paulo deixa um grande legado para a cidade do Rio de Janeiro. Sua paixão pelos botequins e pela cultura boêmia continuará inspirando gerações de amigos e apaixonados por esse ambiente tão carioca. O legado de Paulo Thiago de Mello será lembrado e celebrado por todos aqueles que tiveram o prazer de conhecê-lo e desfrutar de sua generosidade e amor pelos botequins cariocas.