Segundo o relatório, as turbulências na Argentina podem impactar negativamente as exportações ainda este ano. Além disso, a desaceleração das exportações para a China já era esperada para o segundo semestre. Mesmo com esse cenário, no período de janeiro a julho deste ano, o Brasil registrou um superávit de US$ 53,6 bilhões, o maior já registrado para esse período desde 1998. As exportações brasileiras aumentaram 9% em relação ao mesmo período do ano anterior, enquanto as importações diminuíram 1,2%. Em termos de valor, as exportações tiveram um pequeno aumento de 0,1% e as importações caíram 8,8%.
A FGV estimou que não haverá grandes variações nos preços até o final do ano, mas ressalta a possibilidade de uma tendência de alta no preço do petróleo. No acumulado de janeiro a julho de 2023, a China lidera o ranking de participação nas exportações brasileiras, seguida pelos Estados Unidos e pela Argentina. No entanto, a economia chinesa preocupa devido às projeções de baixo crescimento, redução dos investimentos em construção, queda nas exportações e deflação, sinalizando uma fraca demanda doméstica.
Sobre a Argentina, a FGV destaca o aumento das exportações brasileiras para o país, mesmo com a recessão econômica. As exportações de automóveis e peças representam 19% das exportações brasileiras para a Argentina, enquanto as exportações de soja em grão, impulsionadas pela seca no país, representam 16%. No entanto, a FGV prevê que a contribuição da Argentina para o aumento do volume exportado não se sustentará nos próximos meses, devido às turbulências do período eleitoral e possíveis medidas de proteção cambial.
Além disso, a FGV ressalta que a promessa de saída da Argentina do Mercosul, caso seja concretizada, pode resultar na perda do acesso preferencial de mercado e criar um cenário de instabilidade e incertezas para possíveis acordos com outros países, como o acordo Mercosul-União Europeia.
No caso dos Estados Unidos, a expectativa de redução da demanda causada pelo aumento da taxa de juros também aponta para um cenário menos favorável para as exportações brasileiras.
Em suma, a FGV prevê um menor ritmo de crescimento nas exportações até o final do ano.