As gêmeas siamesas estão em bom estado de saúde apenas 24 horas após a bem-sucedida cirurgia de separação.

No domingo (20), as gêmeas siamesas Allana e Mariah, de 2 anos e 8 meses, foram separadas após uma cirurgia de 25 horas no Hospital das Clínicas de Ribeirão Preto. Um dia após o procedimento, as crianças estão apresentando boa evolução de acordo com o boletim divulgado nesta segunda-feira (21) pela unidade de saúde.

As irmãs passaram por quatro cirurgias desde agosto do ano passado, sendo que a operação definitiva estava programada para acontecer no dia 29 de julho, porém, foi adiada devido a uma febre que as meninas apresentaram.

As gêmeas agora estão se recuperando na UTI do HC Criança, onde estão sob cuidados da equipe de saúde e seus pais. A família das meninas é de Piquerobi (SP) e a mãe, Talita Cestari, foi acompanhada pelo hospital desde a gravidez, já que o local é vinculado à FMRP, que é a Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, da USP.

Durante a cirurgia, que teve início no sábado (19), cerca de 50 profissionais de diferentes áreas médicas, como neurocirurgia pediátrica, cirurgia plástica, pediatria, radiologia e enfermagem, trabalharam na dissecção dos 25% dos vasos sanguíneos que ainda estavam unidos. Os outros 75% já haviam sido separados em cirurgias anteriores, conduzidas pelo chefe da neurocirurgia, Hélio Machado.

A equipe liderada pelo médico Jayme Farina Junior foi responsável pela cranioplastia, procedimento que fechou a calota craniana e a pele que cobre a cabeça de cada uma das crianças. Os preparativos para a cirurgia final envolveram uma reunião de 20 profissionais para discutir os detalhes do procedimento e prevenir riscos.

Ao longo do processo de separação, as gêmeas passaram por três cirurgias anteriores. A primeira, em agosto de 2020, levou nove horas e meia, enquanto a segunda, em novembro do mesmo ano, durou nove horas. Em março deste ano, elas passaram por um procedimento de sete horas para avançar na separação da circulação sanguínea do cérebro, chegando a 75% de separação.

Antes da cirurgia final, foi realizado um procedimento preparatório em abril. A equipe de Farina Junior inseriu expansores de pele e o Hemocentro de Ribeirão realizou a coleta de células-tronco da crista ilíaca para a formação óssea da reconstrução craniana das meninas. Essas células serão utilizadas preenchendo os espaços entre os fragmentos de ossos e também na forma de gel, que fará uma camada protetora.

A recuperação das gêmeas será acompanhada de perto pela equipe médica, mas até o momento, a evolução tem sido satisfatória. Essa separação bem-sucedida traz esperança e alívio para a família das meninas, que agora poderão ter uma vida mais autônoma e independente.

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