Quais nações lideram a pesquisa sobre a Amazônia?

A Amazônia se destaca como a maior floresta tropical do planeta e desperta interesse de diversos países. Isso fica evidente pela variedade de pesquisas publicadas nas últimas décadas sobre esse bioma, provenientes de diferentes partes do mundo.

Um levantamento feito pelo físico Carlos Henrique de Brito Cruz, vice-presidente sênior de Redes de Pesquisa da Elsevier, editora especializada em conteúdo científico, revelou que o Brasil se tornou a principal origem dos estudos sobre a Amazônia a partir de 2006. Entre 1975 e 2005, os Estados Unidos lideravam essa lista.

Os dados analisados foram retirados de uma base de dados com milhões de artigos científicos publicados globalmente. Além disso, o estudo mostrou que outros países sul-americanos que também abrigam parte da Amazônia em seus territórios publicam relativamente menos sobre o tema. Em 2022, por exemplo, o Peru aparece apenas na sétima posição do ranking, atrás de Brasil, Estados Unidos, Reino Unido, China, Alemanha e França.

Quando se trata das instituições que mais produzem pesquisas sobre a Amazônia, as universidades e centros de estudo brasileiros dominam a lista. De acordo com o levantamento de Brito Cruz, das 20 instituições mais ativas nesse bioma, 16 estão localizadas no Brasil. As exceções são o Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS), da França, a Academia Chinesa de Ciências, o Instituto de Pesquisa Tropical Smithsonian e a Universidade da Flórida, todos nos Estados Unidos.

Entre as instituições brasileiras que se destacam estão a Universidade Federal do Pará, o Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia, a Universidade Federal do Amazonas, o Museu Paraense Emílio Goeldi, a Universidade Federal Rural da Amazônia e a Universidade Federal do Mato Grosso. A líder desse ranking é a Universidade de São Paulo (USP), seguida pela Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e Unicamp.

Realizar esses estudos na Amazônia requer investimento, que inclui bolsas para os pesquisadores, insumos e equipamentos, entre outros. Nesse sentido, as agências de fomento à ciência brasileiras são as principais fontes de financiamento. Entre os dez principais financiadores de pesquisas na Amazônia de 2012 a 2021, seis são órgãos nacionais, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Outros países também contribuem para o financiamento desses estudos, como a Fundação Nacional da Ciência e a Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos, o Conselho de Pesquisa de do Meio Ambiente do Reino Unido e a Fundação Nacional de Ciências Naturais da China.

Quando se trata de colaborações internacionais, Brasil, Estados Unidos, Reino Unido e França são os países com maior cooperação em pesquisas sobre a Amazônia. No entanto, o levantamento aponta para a falta de conexões com outros países que também abrigam partes desse bioma, como Colômbia, Peru e Equador.

Por fim, em relação às disciplinas e especialidades que mais geram estudos na Amazônia, as Ciências Biológicas e Agricultura lideram com uma larga vantagem em relação às demais. Ciências do Meio Ambiente, Ciências da Terra e do Planeta, Medicina e Ciências Sociais completam o top 5 das áreas de maior produção acadêmica.

Esses resultados evidenciam a importância do Brasil nesse campo de pesquisa e o protagonismo das instituições e agências de fomento nacionais na produção científica relacionada à Amazônia. Além disso, ressaltam a necessidade de ampliar as colaborações internacionais e fortalecer os vínculos com os países vizinhos que compartilham esse patrimônio natural.

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