Aumenta número de crianças internadas devido a infecções causadas pelo rinovírus, segundo relatos médicos.

Um novo boletim divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) chama a atenção para o aumento de casos de rinovírus em crianças com idades entre 2 e 14 anos. De acordo com o coordenador do InfoGripe, Marcelo Gomes, esse crescimento não está relacionado à retomada da covid-19 ou do vírus Influenza, mas sim ao rinovírus, que apresenta um leve aumento nas ocorrências e nas internações nessa faixa etária. Os estados afetados são Espírito Santo, Bahia, Paraná e São Paulo, além da capital do Rio Grande do Norte, Natal.

Apesar desse aumento de casos de rinovírus, o cenário geral das Síndromes Respiratórias Agudas Graves (SRAG) permanece estável, conforme aponta o boletim divulgado pela Fiocruz. Essa análise se baseia nos dados do Sistema de Informação de Vigilância Epidemiológica da Gripe (Sivep-Gripe) até o dia 14 de agosto.

Além disso, o boletim revela que, em relação às crianças com menos de 2 anos, foi observado um sinal de aumento de casos relacionados ao rinovírus em Roraima e nas capitais Boa Vista e Porto Alegre. O coordenador do InfoGripe ressaltou a importância de os estados continuarem com os fluxos de coleta e envio de amostras para a manutenção da capacidade de vigilância genômica do Sars-CoV-2 em todo o país.

Embora o boletim indique uma manutenção no volume expressivo de novos casos de SRAG no Acre, houve uma interrupção no aumento de casos. Já no Rio de Janeiro, tanto no estado quanto na capital, não há indícios de aumento, apenas pequenas oscilações. Por outro lado, quatro capitais apresentam alta de casos: Belém, Boa Vista, Natal e Porto Alegre. Também foi observado um leve crescimento na população com mais de 65 anos na capital gaúcha.

Em relação à prevalência dos casos positivos para vírus respiratórios, nas últimas quatro semanas epidemiológicas, o boletim aponta que o vírus sincicial respiratório teve uma prevalência de 25,2%, seguido pelo Sars-CoV-2 (22,3%), influenza A (5%) e influenza B (2,5%). Já entre os óbitos registrados, a presença desses mesmos vírus foi de 52,6% para o Sars-CoV-2, 10,5% para o vírus sincicial respiratório, 9,2% para a influenza A e 6,6% para a influenza B.

No ano epidemiológico de 2023, já foram notificados 121.214 casos de SRAG, dos quais 38,9% tiveram resultado laboratorial positivo para algum vírus respiratório, 48,9% tiveram resultado negativo e 6,7% aguardam resultado laboratorial. Dentre os casos positivos deste ano, 9,2% são influenza A, 4,9% são influenza B, 40,7% são vírus sincicial respiratório e 30,6% são Sars-CoV-2.

Em suma, esse novo boletim da Fiocruz aponta para o aumento de casos de rinovírus em crianças de 2 a 14 anos, em alguns estados brasileiros. Apesar disso, a situação das SRAG de forma geral permanece estável. É fundamental que os estados mantenham seus fluxos de coleta e envio de amostras para uma vigilância genômica eficaz do Sars-CoV-2 em todo o país. Além disso, é importante destacar a prevalência dos diferentes vírus respiratórios nos casos positivos e óbitos registrados.

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