Advogado Wassef afirma ter adquirido Rolex com recursos próprios e ter auxiliado União por conta própria.

Na última terça-feira (15), durante uma entrevista coletiva, o advogado do ex-presidente Jair Bolsonaro, Frederick Wassef, admitiu ter usado recursos próprios para adquirir um relógio de luxo da marca Rolex nos Estados Unidos, no dia 14 de março deste ano. Segundo Wassef, ele estava nos EUA quando soube da disponibilidade do relógio e decidiu comprá-lo para presentear o governo federal. Cabe ressaltar que o advogado negou ter sido designado para recuperar o relógio, que havia sido vendido anteriormente no país.

O relógio em questão foi um presente dado por autoridades sauditas a Jair Bolsonaro durante uma viagem oficial do ex-presidente à Arábia Saudita e ao Catar em 2019. Após a viagem, o objeto foi levado para os Estados Unidos, para onde Bolsonaro viajou pouco antes de deixar a Presidência, e foi vendido ilegalmente pelo então ajudante de ordens do ex-presidente, Mauro Cid. Essa peça faz parte de um conjunto de objetos de alto valor apreendidos pela Polícia Federal em agosto passado.

Vale destacar que qualquer objeto de alto valor oferecido a uma autoridade do governo é considerado patrimônio da União e não pode ser vendido. Por isso, após saber da existência do presente, o Tribunal de Contas da União (TCU) deu a Bolsonaro um prazo de cinco dias úteis para que o relógio fosse devolvido juntamente com os demais itens que pertenciam ao mesmo conjunto.

Durante a entrevista coletiva, Wassef levantou a dúvida sobre a autenticidade do relógio e afirmou que a compra não foi ilegal, pois foi feita com recursos de seu próprio banco, de forma lícita, durante uma viagem aos EUA para resolver assuntos pessoais.

Segundo o advogado, ele pagou em dinheiro vivo porque, de acordo com a legislação americana, dessa forma é mais fácil registrar o nome do comprador e obter descontos. Wassef apresentou um recibo de compra em seu nome, no valor de US$ 49.000, e afirmou ter “economizado” dinheiro para o governo, já que, segundo ele, o relógio valeria muito mais.

Quando questionado sobre como o relógio retornou ao Brasil, Wassef afirmou que não poderia dar mais detalhes e que esse ponto seria esclarecido durante seu depoimento espontâneo à Polícia Federal.

No entanto, é importante ressaltar que, antes de Wassef admitir ter comprado o relógio com recursos próprios para devolvê-lo à União, ele negou ter conhecimento sobre as joias dadas de presente ao governo Bolsonaro. Em uma nota anterior, o advogado afirmou estar sendo alvo de uma campanha de fake news e mentiras de todos os tipos, além de informações contraditórias e fora de contexto.

Na mesma nota, Wassef declarou que nunca soube da existência das joias ou de outros presentes recebidos e nunca as vendeu, ofereceu ou teve posse. Ele também negou ter participado de qualquer negociação ou auxiliado outra pessoa nesse sentido. O advogado se sentiu ofendido por ter sido visitado pela Polícia Federal em sua residência em São Paulo, onde nada de irregular ou ilegal foi encontrado. Wassef se sentiu exposto nas mídias com declarações falsas e caluniosas.

É importante ressaltar que as informações foram fornecidas diretamente pelo advogado Frederick Wassef durante a entrevista coletiva e não citamos a fonte. A Polícia Federal investiga o caso para verificar a veracidade dos fatos e determinar se houve algum procedimento ilegal envolvendo o relógio de luxo.

Sair da versão mobile