Haddad aguarda encontro com líderes da Câmara para alinhar interesses e resolver divergências.

Em meio a intensas tensões políticas e desentendimentos com Arthur Lira, presidente da Câmara dos Deputados, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, se reuniu com o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, na tarde desta terça-feira (15). O objetivo do encontro foi buscar uma solução para as divergências e buscar uma reconciliação com os deputados.

Atualmente, a principal questão que está travando a votação da proposta do novo arcabouço fiscal na Câmara dos Deputados é o cálculo do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) para a correção das metas. Haddad comentou que houve uma explicação sobre esse cálculo durante a reunião, o que traria uma maior clareza para o orçamento. Segundo ele, a inflação no final do ano refletirá na arrecadação do ano seguinte.

Enquanto Haddad explicava os detalhes da reunião no Senado, Arthur Lira concedia uma entrevista coletiva na Câmara dos Deputados, onde prometeu que a votação do arcabouço fiscal ocorrerá na próxima terça-feira (22). Ao retornar ao Ministério da Fazenda, Haddad informou que ainda não há previsão de um encontro pessoal com Lira, apenas conversas telefônicas.

Durante a reunião com Pacheco, Haddad se comprometeu a ligar para Lira e relatar os detalhes do encontro, oferecendo também a disponibilidade da equipe técnica do Ministério da Fazenda para esclarecer pontos sobre duas medidas provisórias que foram aprovadas pela comissão especial do Senado e aguardam votação pelo plenário da Câmara. As medidas em questão são a MP 1.172, que atualiza a tabela do Imposto de Renda e aumenta o salário mínimo, e a MP 1.171, que institui a tributação de offshores.

Haddad ressaltou que a comissão especial acatou 17 emendas, o que trouxe maior clareza e justiça tributária ao texto. Ele afirmou que pretende informar a Lira sobre esses aperfeiçoamentos e colocar os técnicos do Ministério da Fazenda à disposição dos líderes partidários para que possam entender essas mudanças.

Vale ressaltar que a reunião entre Haddad, Lira, líderes partidários e técnicos da equipe econômica e da Comissão Mista de Orçamento, que estava prevista para ocorrer na segunda-feira (14), foi adiada por uma semana devido a uma declaração de Haddad ao jornalista Reinaldo Azevedo. O ministro afirmou que a Câmara “está com um poder muito grande” e que a Casa não deveria usar esse poder para “humilhar” o Senado e o Poder Executivo. No entanto, Haddad se corrigiu posteriormente, esclarecendo que estava se referindo à mudança do presidencialismo de coalizão e não tinha a intenção de criticar Lira.

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