CPMI de 8 de Janeiro dá voz a fotógrafo da Reuters em emocionante testemunho; fique atualizado com nossas coberturas.

No dia 15 de agosto de 2023, às 09:25, a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro deu continuidade aos seus trabalhos ouvindo o fotógrafo da agência Reuters, Adriano Machado. O fotógrafo é acusado de conivência com os vândalos que invadiram as sedes dos três Poderes, ao registrar a invasão.

A reunião começou com o presidente da comissão, deputado Arthur Oliveira Maia (União-BA), informando aos parlamentares que já solicitou ao Ministério da Justiça todas as filmagens do dia 8 de janeiro feitas pelo órgão.

Adriano Machado foi convocado para depor a pedido de diversos parlamentares, entre eles Eduardo Bolsonaro (PL-SP), Carlos Sampaio (PSDB-SP), Delegado Ramagem (PL-RJ), Marco Feliciano (PL-SP), Nikolas Ferreira (PL-MG), Izalci Lucas (PSDB-DF), Marcos do Val (Podemos-ES), Eduardo Girão (Novo-CE) e Magno Malta (PL-ES).

Eduardo Bolsonaro afirmou que imagens capturadas pelo sistema de câmeras do Palácio do Planalto mostram o profissional posicionado atrás de um grupo que arromba uma porta de vidro na antessala do gabinete da Presidência da República. Segundo Bolsonaro, o fotógrafo teria informado ao vândalo que a violação seria gravada e após o ato de vandalismo ambos celebram com um gesto de cumprimento.

“Nikolas Ferreira acrescentou que a atitude do fotógrafo é no mínimo peculiar e o senador Girão destacou que as imagens demonstram familiaridade do fotógrafo com as pessoas presentes além de estar protegido por elas, como se tudo estivesse combinado”.

A CPMI está ocorrendo no plenário 2 da ala Nilo Coelho, no Senado.

Vale lembrar que ao longo das investigações, a CPMI já ouviu diversas pessoas. Em junho, o ex-chefe do Departamento Operacional da Polícia Militar (DOP) do Distrito Federal, Jorge Eduardo Naime, afirmou que a Agência Brasileira de Inteligência (Abin) havia alertado sobre os riscos de ataques, mas o núcleo de inteligência do DOP não teve acesso a essas informações.

Outros depoimentos incluem o empresário George Washington Sousa, preso sob acusação de colocar uma bomba em um caminhão próximo ao Aeroporto JK, em Brasília, em dezembro do ano passado; o diretor do Departamento de Combate à Corrupção e ao Crime Organizado da Polícia Civil do DF, Leonardo de Castro; e os peritos da Polícia Civil do DF, Renato Carrijo e Valdir Pires Filho.

Além disso, o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, negou que a instituição tenha atuado politicamente para favorecer o então candidato Jair Bolsonaro. O coronel Jean Lawand Júnior também prestou depoimento, esclarecendo mensagens trocadas com o tenente-coronel Mauro Cid, alegando que não tinham a intenção de incitar um golpe de estado.

Na sequência, a comissão convocou Mauro Cid, mas ele, acatando orientação de sua defesa, optou por não responder às perguntas dos parlamentares. Vale lembrar que ele está preso desde maio, acusado de fraudar cartões de vacinação.

Saulo da Cunha, ex-diretor adjunto da Abin, também foi ouvido pela CPMI e informou que foram enviados 33 alertas de inteligência sobre o monitoramento dos manifestantes contrários ao novo governo.

O ex-secretário de Segurança do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça e Segurança Pública, Anderson Torres, também prestou depoimento, tendo que explicar a “minuta do golpe”, documento encontrado pela Polícia Federal em sua casa. Torres afirmou que o texto não passa de uma aberração jurídica e desconhece quem entregou ou produziu o documento.

Por fim, vale recordar que uma semana após a posse do presidente Lula, um grupo de apoiadores do ex-presidente Bolsonaro invadiu e depredou as sedes dos Três Poderes. Centenas de pessoas foram presas. Os presidentes dos três Poderes divulgaram uma nota em defesa da democracia brasileira e o Plenário da Câmara aprovou a intervenção federal no DF. Em abril, o Congresso criou a CPMI para investigar os atos de ação e omissão ocorridos no dia 8 de janeiro. O colegiado é composto por 16 senadores e 16 deputados, sendo presidido por Arthur Oliveira Maia (União-BA) e tendo como relatora a senadora Eliziane Gama (PSD-MA).

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