Assim como outras etnias da Amazônia, o contato com não indígenas resultou na expropriação de terras, separações familiares, assassinatos e doenças. Os Puyanawa foram forçados a trabalhar nos seringais e proibidos de praticar seus costumes tradicionais, o que resultou em uma sobreposição com a cultura branca ocidental que ainda afeta a sociedade local.
O coronel Mâncio Lima, um dos maiores seringalistas do Acre no século XX, foi o principal responsável pela opressão dos povos indígenas da região. Foi somente a partir de 2012 que os Puyanawa tiveram o direito de usar seu nome original nas certidões de nascimento. Essa mudança também marcou o ressurgimento da cultura Puyanawa, que estava ameaçada. Em 1983, apenas 16 pessoas ainda falavam a língua Puyanawa, mas atualmente o idioma é ensinado nas escolas das aldeias.
O artesanato tem desempenhado um papel fundamental no fortalecimento da cultura Puyanawa. Valéria Puyanawa e outros membros da comunidade produzem uma variedade de itens, como vestuário, adornos e objetos cerimoniais, usando técnicas tradicionais. Além disso, a produção de farinha de mandioca se tornou uma importante fonte de renda para a comunidade. Os Puyanawa também cultivam milho, feijão, frutas e outras culturas, o que os ajudou a enfrentar a pandemia sem depender de doações de alimentos.
Após a visita dos influenciadores digitais, os Puyanawa têm a oportunidade de receber outros grupos e desenvolver o turismo de base comunitária como uma alternativa econômica. Dessa forma, eles poderão fortalecer ainda mais seu trabalho de reflorestamento e produção sustentável, que tem transformado o território devastado em uma floresta rica.
A visita também proporcionou um aprendizado transformador para os influenciadores. A jornalista Nathalia Arcuri, criadora do canal Me Poupe!, saiu fortalecida com os conhecimentos adquiridos dos Puyanawa sobre sustentabilidade econômica e social. Ela aprendeu que para os indígenas, dinheiro não significa acumulação, mas oportunidade e acesso à educação.
Os Puyanawa são um exemplo de resiliência e luta pela preservação de sua cultura. Ao consolidarem o resgate de sua identidade ancestral, eles também demonstram seu compromisso com a preservação do meio ambiente e com um modo de vida sustentável. É importante valorizar e apoiar essas comunidades tradicionais, que têm muito a ensinar sobre a coexistência harmoniosa entre o ser humano e a natureza.