As instituições de ensino técnico e superior paulistas aderem à paralisação em protesto.
Os trabalhadores estão exigindo um reajuste salarial que compense a inflação, a definição de uma data para o pagamento do bônus da educação e a resolução das discussões sobre a carreira. No dia 13 de julho, os trabalhadores fizeram uma paralisação de um dia como um alerta.
“Estamos entrando em greve porque nossos pedidos não foram atendidos nos aspectos econômicos mais importantes. O reajuste salarial foi muito abaixo do que deveria ser, pelo menos para compensar a inflação do período. Ainda não há uma data correta para o pagamento do bônus e a questão da carreira, que deveria ser encerrada em junho e enviada ao governo estadual, também não tem uma data definida. Já estamos tentando esse diálogo desde janeiro”, disse Neusa Santana Alves, secretária-geral do Sinteps.
Segundo Alves, quando o governo estadual anunciou que aumentaria os salários para a área de segurança em até 34%, a categoria acreditava que receberia um aumento de pelo menos 15%, mas o aumento oferecido foi de apenas 6%. “Quando o governo disse que iria avaliar os valores para as outras áreas, nós imaginávamos que não seria tão bom, mas pelo menos seria suficiente para cobrir a inflação do período. A insatisfação é generalizada”.
Neusa ressaltou que o descontentamento da categoria também se deve ao fato de que, durante a pandemia de covid-19, todos os servidores abriram mão de seus benefícios, como a sexta parte e os quinquênios, entre outros, e esperavam que esses benefícios fossem repostos, mas isso não aconteceu. “Na verdade, tanto o governo anterior quanto o atual não cumpriram esse compromisso. Tudo isso só agravou ainda mais a situação do arrocho salarial para todos”.
Nesta tarde, os professores e funcionários se reunirão no campus da Fatec, na Praça Coronel Fernando Prestes, nº 74, mesmo prédio onde se encontra o Sinteps. A partir dali, seguirão em passeata pela Avenida Tiradentes em direção à administração central do Centro Paula Souza, na Rua dos Andradas, 140, no bairro Santa Ifigênia.
Segundo o sindicato, a realização do ato no campus da Fatec tem o objetivo de demonstrar indignação com a decisão do governo estadual de “entregar” as instalações do prédio a uma universidade privada. Além de enfatizar os quatro pontos fundamentais da greve (reajuste, bônus, carreira e defesa das escolas do centro), o ato também pretende chamar atenção para a luta contra a entrega do prédio histórico, que conta com o apoio das entidades estudantis.
O governo estadual foi questionado sobre o assunto, mas ainda não se pronunciou.