A tentativa de parar o processo em Londres referente ao desastre de Mariana foi sem sucesso.
O desastre em questão ocorreu devido ao colapso da barragem de Fundão, que pertencia à Samarco, uma joint venture entre a BHP e a Vale. Na ocasião, milhões de metros cúbicos de lama e resíduos tóxicos foram despejados no rio Doce, destruindo aldeias e atingindo o Oceano Atlântico.
Mais de 720 mil brasileiros estão envolvidos no processo movido contra a BHP, que nega qualquer responsabilidade no incidente. Em dezembro, a BHP solicitou que a Vale também fosse responsabilizada pelos danos caso fosse considerada culpada.
A Vale contestou a jurisdição do Tribunal Superior de Londres, alegando que qualquer disputa entre as empresas deveria ser julgada no Brasil. No entanto, a juíza Finola O’Farrell rejeitou a contestação da Vale, argumentando que o caso da BHP reflete o caso dos reclamantes contra a empresa, portanto deve ser tratado como parte do processo atual.
A decisão da juíza não afetará o caso principal e a BHP destacou os programas de reparação e compensação implementados pela Fundação Renova, responsável pelas reparações do desastre, afirmando já ter financiado mais de US$ 6 bilhões em realocação, reabilitação e indenizações para as vítimas.
Em comunicado, a Vale afirmou que irá analisar a decisão e tomar as medidas necessárias no processo. A empresa também reforçou seu compromisso em reparar os danos causados pelo rompimento da barragem de Fundão, conforme acordos firmados com as autoridades brasileiras.