Legalização da maconha no Uruguai resulta em mais de 10 toneladas comercializadas em seis anos.
A legalização também permitiu a criação de clubes canábicos, que atualmente são mais de 300 associações com permissão para produzir e distribuir a maconha entre seus 10 mil membros, respeitando um limite de 40 gramas por mês por pessoa. Além disso, existem 14 mil pessoas autorizadas a cultivar maconha para consumo próprio, com licenças válidas por três anos.
No entanto, apesar do comércio legal, mais da metade da maconha consumida no Uruguai ainda é proveniente do mercado ilegal, mesmo que essa proporção esteja diminuindo. Isso mostra as limitações e dificuldades do modelo adotado. Outros países e regiões também optaram pela legalização da cannabis, como Canadá, Holanda e diversos estados americanos.
No Brasil, o Supremo Tribunal Federal está discutindo a descriminalização da posse de drogas para uso pessoal desde 2015. O julgamento foi suspenso por um pedido de vista do ministro relator, Gilmar Mendes, que pretende aprofundar o voto já proferido. Até o momento, quatro ministros votaram a favor de algum tipo de descriminalização da posse de drogas.
O modelo de legalização da maconha no Uruguai inclui uma Junta Nacional de Drogas, órgão vinculado à Presidência da República, responsável pela política nacional de cannabis. O IRCCA é o instituto responsável por regular o mercado, emitindo licenças de produção, pesquisa e comercialização de cannabis, além de registrar os usuários para a compra em farmácias, autocultivo e participação em clubes canábicos.
Apesar de enfrentar desafios, o modelo uruguaio é pioneiro e serve como referência para outros países que estão considerando a legalização da maconha. Os dados disponíveis após 10 anos de legalização no Uruguai mostram resultados positivos, que podem ser utilizados como subsídio para o debate sobre a legalização no Brasil.