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Sul Global impulsiona crescimento dos Brics diante de sanções internacionais, revelando impacto positivo na economia mundial.

Na manhã de hoje, a capa do conhecido jornal norte-americano New York Times traz a manchete “Irã se livra do status de proscrito no Ocidente”. A matéria destaca que o país conseguiu ganhar “amigos poderosos” ao se unir a potências como Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul em uma coalizão que busca diversificar o sistema financeiro e reduzir a influência política e econômica dos Estados Unidos.

As sanções internacionais impostas ao Irã o privaram de transações bancárias e da venda de petróleo. Foi então que o país decidiu se voltar para o Leste, em resposta à decisão do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de retirar o país do acordo nuclear firmado pelo governo Obama e impor sanções. A saída de empresas europeias do mercado iraniano, mesmo diante das vastas reservas de gás do país, também foi um fator que influenciou essa mudança estratégica.

Agora, o Irã pode afirmar com confiança que não foi isolado pelos EUA e já iniciou negociações com os americanos para a retomada de acordos comerciais. O acordo já resultou na liberação de US$ 6 bilhões que haviam sido congelados pelo governo dos EUA na Coreia do Sul.

Veículos renomados como Financial Times, The Wall Street Journal, The Washington Post e Foreign Policy já alertavam para a possibilidade de uma reação do Sul Global diante das sanções internacionais. O FT, por exemplo, publicou recentemente uma extensa reportagem destacando a extensa lista de indivíduos, empresas e países atingidos pelas sanções impostas pelos Estados Unidos.

A insatisfação com o sistema financeiro baseado no dólar é um dos principais fatores que motiva o desconforto com as sanções internacionais. Christopher Sabatini, da Chatham House, afirma que a extraterritorialidade das medidas assusta governos de países ao redor do mundo. A ideia de que um quarto da economia global pode ser alvo de sanções a qualquer momento muda completamente o jogo político e econômico.

Estudiosos do tema, como Agathe Demarais, autora de “Backfire: How sanctions reshape the world against US interests” (Tiro pela culatra: como as sanções remodelam o mundo contra os interesses dos EUA), destacam que a reação ao sistema sancionatório internacional teve início após o banimento do Irã da rede financeira Swift em 2012.

Outro aspecto a ser considerado é a ineficácia das sanções impostas à Rússia, que resultaram em um redirecionamento significativo do comércio do país para parceiros asiáticos, principalmente China e Índia. Levantamentos realizados por universidades como Princeton e Columbia alertam que o amor dos Estados Unidos pelas sanções pode ser sua própria ruína.

Além disso, a tentativa de desafiar a supremacia do dólar também passa pela adoção de novas tecnologias de pagamentos internacionais. Sistemas digitais como WeChat Pay, na China, UPI, na Índia, Pix, no Brasil, e M-Pesa, no Quênia, têm sido implementados por potências emergentes e já começam a abalar a tradicional posição do dólar. Enquanto os EUA e a Europa ainda estudam moedas digitais e têm sistemas de pagamento dominados pela Visa e Mastercard, o Oriente avança nesse campo.

Em resumo, as recentes mudanças no cenário geopolítico, especialmente relacionadas às sanções impostas pelos EUA, estão causando impactos significativos na relação de poder e no sistema financeiro global. A reação de países como Irã, Rússia, China, Índia, Brasil e África do Sul e o avanço de tecnologias de pagamento internacionais evidenciam um movimento que busca diminuir a influência dos Estados Unidos e diversificar o sistema financeiro mundial.

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