O relator da MP das Apostas, senador Kajuru, solicita à PF levantamento sobre o setor.

O senador Jorge Kajuru (PSB-GO) está se dedicando à criação de regras para os impostos de empresas de apostas esportivas, por meio da Medida Provisória 1.182, publicada em julho deste ano. Em uma entrevista ao Congresso em Foco, o senador afirmou que é necessário um levantamento rigoroso realizado pela Polícia Federal para mapear e taxar corretamente as empresas que atuam nesse setor.

Desde 2018, as apostas esportivas são permitidas no Brasil, porém, ainda não há uma regulamentação adequada para tributar as atividades econômicas das empresas envolvidas. Diante disso, a MP 1.182 foi elaborada pelo governo com o intuito de estabelecer as regras necessárias. Na próxima quarta-feira (23), será realizada a primeira audiência pública sobre o tema, que será analisado por uma comissão mista no Congresso. Como relator da medida, Jorge Kajuru terá a responsabilidade de elaborar um parecer, podendo sugerir mudanças em relação à proposta original do governo.

De acordo com Kajuru, diversos empresários de São Paulo, Rio de Janeiro e Goiás demonstraram disposição em pagar os impostos a serem estabelecidos, além de colaborar com informações sobre as empresas de apostas. A comissão também planeja realizar um levantamento para identificar quais são essas empresas, bem como estabelecer mecanismos para combater condutas ilegais, como sonegação de impostos e manipulação de resultados.

Para o senador, é possível realizar um mapeamento do setor e ele já possui uma lista considerável de empresas. Ele destaca que um dos pontos importantes da MP é a proposta de punição rigorosa para aqueles que combinarem resultados de faltas, pênaltis ou gols em campos de futebol. Essa penalidade incluiria a suspensão definitiva dos envolvidos, uma medida que conta com o apoio de nomes importantes no setor esportivo, como os senadores Romário (PL-RJ) e Leila do Vôlei (PDT-DF).

Kajuru revela que o texto da MP foi elaborado com base em um projeto de lei de sua autoria. Em uma reunião com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o senador defendeu a implantação de licenças de exploração de jogos de azar com base no faturamento. Empresas estrangeiras com faturamentos acima de R$ 30 milhões estariam sujeitas a um valor mensal, enquanto as de porte médio, que faturam até R$ 20 milhões, e as de menor porte, que faturam até R$ 10 milhões, teriam valores diferenciados.

Espera-se que o texto da MP seja analisado pela Comissão Mista antes de seguir para votação nos plenários das duas Casas. O governo espera arrecadar até R$ 2 bilhões em 2024 com a regulamentação das apostas esportivas, podendo chegar a R$ 12 bilhões nos anos seguintes. As empresas de apostas deverão pagar 18% de imposto sobre a receita, com os prêmios sendo descontados desse valor. Apostadores com prêmios acima de R$ 2.112 estarão sujeitos a 30% de Imposto de Renda, além disso, menores de 18 anos não podem realizar apostas.

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