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O presidente Donald Trump evita debate e aproveita entrevista para atacar adversários sem ser interpelado, levantando questionamentos sobre sua transparência.

O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, concedeu uma entrevista gravada ao ex-âncora da Fox News, Tucker Carlson, na qual repetiu acusações falsas sobre as eleições, criticou o presidente democrata Joe Biden e atacou adversários republicanos, sem ser questionado. A conversa foi ao ar no perfil do apresentador no X, antigo Twitter, na noite de quarta-feira (23), pouco antes do primeiro debate entre os candidatos nas primárias do Partido Republicano, transmitido pela Fox News. Vale ressaltar que Trump recusou-se a participar do evento, alegando que os americanos “já o conheciam”.

O ex-presidente, que lidera isoladamente as pesquisas como pré-candidato republicano à Presidência, busca evitar ser atacado por outros candidatos, especialmente em meio a quatro casos criminais nos quais é réu. Durante a entrevista, Trump chamou os adversários Asa Hutchinson de “fraco e patético” e Chris Christie de “maníaco e lunático”. Ele mencionou apenas brevemente Ron DeSantis, governador da Flórida, que é um dos mais populares nas pesquisas e se aproxima do ex-presidente.

A Fox News tentou convencer Trump, publicamente e em conversas reservadas, a participar do evento. No entanto, o ex-presidente já havia indicado a pessoas próximas que seguiria com seu plano de publicar a entrevista com Carlson. Vale ressaltar que o apresentador era a estrela do canal, líder de audiência em horário nobre e uma das figuras mais polêmicas da direita americana. Ele deixou a rede de televisão devido a um processo milionário por difamação relacionado a alegações falsas de fraude eleitoral.

É importante mencionar que Trump tem repetido a acusação de fraude eleitoral desde o fim do pleito de 2020, quando perdeu para Joe Biden. Em janeiro de 2021, a invasão do Capitólio resultou em um dos quatro processos criminais nos quais o ex-presidente é réu, enfrentando acusações como conspiração para defraudar os EUA e tentativa de obstrução de um procedimento oficial.

Nesta quinta-feira, os holofotes se voltam novamente para Trump, pois ele anunciou que se entregará à Justiça da Geórgia, como parte do processo criminal mais recente em que é alvo. Na denúncia desse processo, o ex-presidente e seus aliados são acusados de tentar mudar o resultado da eleição na Geórgia, estado onde Trump perdeu por uma diferença mínima. Em uma ligação telefônica vazada, Trump pediu a uma autoridade do estado que “encontrasse” cerca de 12 mil votos para reverter o resultado. A procuradoria montou seu caso com base em uma lei conhecida como Rico, usada no combate ao crime organizado.

Além disso, o ex-advogado de Trump, Rudolph Giuliani, compareceu a uma unidade prisional em Atlanta para ser formalmente acusado pela Justiça de tentar reverter o resultado das eleições de 2020 a favor do republicano na Geórgia. Outros aliados, como Jenna Ellis e Sidney Powell, também se entregaram.

Em relação às acusações contra ele, Trump afirmou durante a entrevista que não sabe se haverá mais indiciamentos e considera essas pessoas “loucas”. As acusações contra o ex-presidente tem sido objeto de debate sobre seu impacto nas pesquisas das primárias republicanas.

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