As conexões históricas entre o Brasil e a África são vastas, remontando ao período colonial, quando o comércio de pessoas africanas negras por poderes europeus trouxe uma força de trabalho escrava para as terras brasileiras então virgens. Os impactos dramáticos dessa história são sentidos até os dias de hoje. Nesse contexto, o interesse renovado do governo Lula em fortalecer os laços com a África também tem uma conotação de retribuição e reparação.
Em sua primeira etapa, a viagem do presidente Lula à África do Sul, de 22 a 24 de agosto, terá como destaque a 15ª Cúpula dos Chefes de Estado dos Brics. Nesse encontro, os presidentes Lula, Cyril Ramaphosa (anfitrião), Xi Jinping (China) e o primeiro-ministro Narendra Modi (Índia) se reunirão para discutir os rumos da cooperação entre seus países. É importante mencionar que a Rússia, também membro original dos Brics, terá a participação de seu presidente, Vladimir Putin, de forma remota.
A presença do Brasil nessa cúpula é de extrema importância para fortalecer seu relacionamento com os demais membros. A África do Sul, em particular, possui laços históricos estreitos com o Brasil, uma vez que ambos os países tiveram experiências coloniais semelhantes. Além disso, a participação da China e da Índia é crucial, considerando o crescimento econômico desses países e sua importância como parceiros comerciais.
É válido ressaltar que essa viagem marca uma nova abordagem do Brasil quanto às suas relações com o continente africano. Na última década, o governo brasileiro tem buscado estreitar seus laços com os países africanos, através de acordos de cooperação nas áreas de comércio, investimentos, educação e saúde. Essa ampliação dos laços bilaterais é positiva para ambos os lados, pois permite o fortalecimento mútuo e o compartilhamento de conhecimentos e recursos.
Portanto, a participação do presidente Lula nessa cúpula é um passo importante para restabelecer as relações perdidas entre Brasil e África. O reconhecimento do passado histórico e a busca por uma parceria mais igualitária e benéfica são essenciais para fortalecer a cooperação econômica e política entre ambos os continentes. Esperamos que esse encontro resulte em avanços concretos e duradouros para a promoção do desenvolvimento e da equidade global.