Novo variant do vírus causador da covid-19 intriga especialistas e levanta dúvidas sobre eficácia das vacinas.

No dia 7 de agosto de 2023, a Organização Mundial da Saúde (OMS), em seu relatório de avaliação de risco inicial da variante éris da Covid-19, divulgou que a mesma foi sequenciada mais de 7.350 vezes, com amostras provenientes de 51 países. A China foi o país com o maior número de sequências, totalizando 2.247 (30,6%). Além disso, outros países como Estados Unidos, Coreia do Sul, Japão, Canadá, Austrália, Cingapura, Reino Unido, França, Portugal e Espanha também tiveram pelo menos 100 sequências identificadas.

No final de julho, Maria Van Kerkhoven, especialista da OMS, atribuiu o menor impacto da variante éris em termos de hospitalizações e mortes à maior imunidade acumulada ao longo dos anos, decorrente da vacinação e infecções anteriores. No entanto, ela alertou para o risco de novas variantes mais graves surgirem. Diante disso, epidemiologistas enfatizam a importância de os países continuarem a relatar dados sobre mortalidade, hospitalizações e casos graves relacionados à Covid-19. No mês de julho, apenas um quarto dos países enviaram essas informações para a OMS, sendo que somente 11% das nações forneceram dados sobre casos graves.

Van Kerkhove ainda ressaltou a importância de continuar o sequenciamento, destacando que o vírus ainda não desapareceu. No entanto, ainda não está claro se a variante éris é responsável pelo recente aumento nos casos de Covid-19. Segundo Eric Topol, médico e cientista americano, não há uma relação clara de causa e efeito entre a variante éris e o aumento observado atualmente nos casos, internações e nas amostras de águas residuais.

Embora a OMS veja o potencial da variante éris causar um aumento na incidência de casos e se tornar dominante em alguns países ou globalmente, devido à sua vantagem de crescimento e características de escape imunológico, até o momento existe um consenso de que ela não representa uma grande ameaça. O aumento nos casos pode ser explicado principalmente pela época sazonal da Covid-19, já que no Hemisfério Norte está ocorrendo uma onda veranil da doença. Com o calor, muitas pessoas tendem a ficar em espaços fechados com ar condicionado, o que facilita a disseminação do vírus.

Todas essas informações devem nos servir como um lembrete para mantermos a vigilância em relação à Covid-19. É importante ressaltar que novas vacinas, com proteção contra novas variantes, incluindo a éris, devem estar disponíveis nos próximos meses. Portanto, é fundamental continuar seguindo as medidas de prevenção, como o uso de máscaras, a higienização das mãos e o distanciamento social, até que a situação esteja controlada.