A justificativa para essa decisão é que o objetivo principal da comissão não é ouvir depoimentos individuais, mas sim produzir um relatório final que aponte os responsáveis pela violência ocorrida no 8 de Janeiro. Dessa forma, a convocação de Bolsonaro traria apenas um palanque político para o ex-presidente, sem contribuir efetivamente para a elucidação dos fatos.
Nos Estados Unidos, mesmo sem o depoimento de Trump, as conclusões da investigação apontaram para o ex-presidente como mentor do ataque ao Congresso. Portanto, a não convocação de Bolsonaro não impede que o relatório final da CPI brasileira o indique como um dos responsáveis pela incitação à violência.
É importante ressaltar que a CPI do 8 de Janeiro tem como objetivo principal investigar os eventos ocorridos no dia em questão, e não realizar um julgamento político do ex-presidente Bolsonaro. A comissão busca identificar os responsáveis pela invasão do Capitólio e suas motivações, visando garantir a responsabilização dos envolvidos.
Ao manter o foco nas investigações e no relatório final, a CPI do 8 de Janeiro busca seguir os passos da CPI americana, que mesmo sem convocar o ex-presidente Trump, conseguiu apontar sua participação no planejamento do ataque ao Congresso.
Dessa forma, a decisão de não convocar Bolsonaro para depor na CPI brasileira se baseia na análise de que um depoimento do ex-presidente apenas proporcionaria um palco político para ele, sem contribuir efetivamente para a investigação. A comissão busca evitar que qualquer intenção de promoção pessoal de Bolsonaro prejudique os objetivos da CPI, que são esclarecer os fatos ocorridos e responsabilizar os envolvidos na violência do 8 de Janeiro.