Uma investigação realizada pelo Comprova, projeto que checa informações compartilhadas nas redes sociais, concluiu que um post que distorce o conteúdo de um vídeo do senador Magno Malta é enganoso. O vídeo, publicado no dia 9 de dezembro de 2022, na rede social X (antigo Twitter), mostra Malta mencionando duas ações da campanha eleitoral de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), pedindo a inelegibilidade do então presidente Jair Bolsonaro e seu candidato a vice, general Braga Netto (PL).
No vídeo, em formato de texto, é feita uma acusação de que o PT teria oferecido dinheiro aos ministros do TSE para tornarem parlamentares do PL inelegíveis. No entanto, não há nenhum registro dessa acusação, que não foi feita pelo próprio Malta. Portanto, o post distorce o conteúdo original do vídeo, induzindo a uma interpretação diferente da intenção de seu autor.
No vídeo, Malta cita duas ações da campanha de Lula contra Bolsonaro. A primeira ação, identificada como 0601987-47.2022.6.00.0000, menciona o abuso de poder econômico de Bolsonaro por ampliação de programas sociais durante o período eleitoral. Já a segunda ação, identificada como 0601988-32.2022.6.00.0000, acusa Bolsonaro de abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Além disso, o documento cita a tentativa de colocar em dúvida a segurança das urnas e a lisura do processo eleitoral. O texto também pede a condenação e inelegibilidade de aliados de Bolsonaro, como os senadores Flávio Bolsonaro (PL-RJ) e Magno Malta, e deputados federais do partido.
Na época, o ministro Benedito Gonçalves, corregedor-geral da Justiça Eleitoral, aceitou a ação e deu prazo para os citados se manifestarem. O processo segue aberto e ainda sem decisão.
De acordo com o Comprova, conteúdo enganoso é aquele retirado do contexto original e usado de maneira a alterar seu significado. Também é considerado enganoso o uso de dados imprecisos ou que induzem a uma interpretação diferente da intenção do autor. O objetivo dessa prática é confundir o público, muitas vezes com a intenção de causar danos.
Em relação ao alcance da publicação original, o Comprova investiga conteúdos suspeitos que tenham maior alcance nas redes sociais. Até o dia 25 de agosto, a postagem original no TikTok contava com 465,8 mil visualizações, 36,2 mil curtidas e 15 mil compartilhamentos. Já a postagem no Facebook alcançou 68 mil visualizações, 7,4 mil reações e 3,7 mil comentários.
Essa investigação do Comprova reforça a importância de verificar a veracidade das informações compartilhadas nas redes sociais e de não se deixar enganar por conteúdos distorcidos. É fundamental buscar fontes confiáveis e checar os fatos antes de acreditar e compartilhar qualquer informação. A disseminação de notícias falsas pode causar danos à reputação de pessoas e instituições e prejudicar o debate público.