“Estamos aqui, existimos e ninguém vai nos silenciar. No entanto, às vezes, para continuar fazendo o que estamos fazendo, temos que fazer isso com inteligência. Infelizmente, temos que encurtar o show”, disse Emma Gration, uma das apresentadoras, enquanto estava no palco.
Após o aviso, os apresentadores e um grupo de participantes correram para o vestiário a fim de se proteger. De acordo com uma testemunha da Reuters que estava presente, um grupo de homens estava do lado de fora do local, cuspindo e gritando palavras de repúdio ao evento.
Durante cerca de 40 minutos, a dupla de apresentadores removeu a maquiagem e os cílios postiços na tentativa de se misturar ao público, caso o grupo conservador invadisse o local. Foi um momento de tensão, no qual o medo de represálias pairava no ar.
Felizmente, a situação foi controlada quando as forças de segurança finalmente chegaram e dispersaram a multidão hostil. Os participantes do evento foram posteriormente escoltados em segurança para evitar qualquer tipo de violência.
Imagens postadas online mostraram homens se identificando como “os Soldados de Deus”, um movimento cristão anti-LGBT no Líbano, do lado de fora do local onde ocorria o evento. Essas imagens chamaram a atenção para a persistência da discriminação e da intolerância no país.
O ocorrido traz à tona a importância de proteger a liberdade de expressão e os direitos da comunidade LGBT no Líbano. Apesar dos avanços conquistados nos últimos anos, ainda há muito trabalho a ser feito para garantir o respeito e a inclusão de todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero.
Eventos como esse de drag queen são importantes não apenas como forma de entretenimento, mas também de celebração da diversidade e aceitação. É fundamental que a sociedade libanesa se conscientize sobre a importância de respeitar e valorizar a diversidade, construindo assim um ambiente mais inclusivo e igualitário para todos.