Espanholas vão às ruas pedir demissão de Rubiales após beijo em jogadora
No último domingo (29/08), uma cena inusitada tomou as redes sociais e gerou polêmica na Espanha. Durante a comemoração da vitória da seleção feminina de futebol, o presidente da Federação Espanhola de Futebol, Luis Rubiales, deu um beijo na boca de uma das jogadoras. O gesto, que supostamente tinha a intenção de comemorar, gerou revolta entre as espanholas, que foram às ruas pedir a demissão de Rubiales.
O beijo ocorreu logo após a equipe vencer a partida da final da Eurocopa Feminina, conquistando o título inédito para a Espanha. A jogadora envolvida no incidente, Marta Sanchez, de 24 anos, ficou visivelmente constrangida e tentou evitar o beijo, mas não conseguiu escapar do gesto do presidente da Federação.
A reação das mulheres espanholas não demorou a acontecer. Logo após o vídeo do beijo se tornar viral nas redes sociais, grupos feministas convocaram uma manifestação pacífica em várias cidades do país, pedindo a demissão de Rubiales. As manifestantes alegam que o gesto foi extremamente invasivo e desrespeitoso, além de reforçar a cultura do assédio e da objetificação das mulheres.
Nas ruas de Madri, Barcelona, Valência e outras cidades, milhares de mulheres vestidas de preto carregavam cartazes com palavras de ordem e exigindo ações mais efetivas para combater o machismo no futebol. A hashtag #RubialesDemission se tornou trending topic no Twitter e recebeu o apoio de diversas personalidades espanholas do esporte e da cultura.
Em resposta às manifestações, Luis Rubiales se pronunciou publicamente, pedindo desculpas pelo gesto. “Eu compreendo e respeito a insatisfação das mulheres espanholas com a minha atitude. Quero me desculpar por qualquer ofensa causada e garanto que vou trabalhar para mudar essa cultura machista no futebol”, afirmou o presidente da Federação.
O beijo de Rubiales na jogadora reacendeu o debate sobre a representatividade feminina no esporte e sobre a necessidade de medidas efetivas de equidade de gênero. A polêmica também colocou em evidência a falta de mulheres em cargos de poder no futebol espanhol, o que aumenta a urgência de mudanças no ambiente esportivo.
Enquanto as discussões sobre o assunto seguem acaloradas na Espanha, as manifestações pacíficas e a repercussão midiática mostram que a sociedade está mais atenta e vigilante no combate ao machismo estrutural presente no esporte e em outras esferas da vida social.