Lula levanta dúvida sobre pagamento da dívida de países africanos ao FMI durante visita em Angola.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) questionou durante uma viagem a Angola a modalidade de pagamento da dívida que os países africanos possuem com o Fundo Monetário Internacional (FMI), que atualmente está próxima de US$ 800 bilhões (R$ 3,9 trilhões). Essa declaração foi feita perante cerca de 800 empresários brasileiros e angolanos no Fórum de Negócios Angola-Brasil.

Durante sua visita de dois dias em Luanda, Lula se encontrou com o presidente angolano, João Lourenço, e explicou que “Angola é importante porque dá estabilidade”. Ele também destacou a importância de Angola como um país que paga suas dívidas e não vive endividado.

Lula enfatizou que o Brasil irá voltar a fazer financiamento para os países africanos e investir em Angola, um país que sempre pagou suas dívidas com o Brasil. Ele disse que Angola é uma nação que “deu certeza de que cada dólar investido seria ressarcido”. Além disso, o presidente angolano propôs uma aproximação entre a Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) e o Mercosul.

A SADC é composta por 16 países da região sul da África e possui um PIB de US$ 470 bilhões (2,3 trilhões) e uma população estimada em 210 milhões de habitantes. Lula também convidou Angola para participar da reunião do G20 em dezembro, destacando as oportunidades que a África oferece para o Brasil.

O presidente brasileiro ressaltou a importância do Brics, que atualmente representa 32,1% do PIB mundial. Ele destacou que a reaproximação com o continente africano traria benefícios não apenas para o Brasil, mas também para o Mercosul. Lula criticou Jair Bolsonaro por se afastar da África e destacou que o Brasil nunca deveria ter saído do continente africano.

Durante sua visita a Angola, Lula assinou acordos em diferentes áreas, com destaque para a Defesa. Esses acordos preveem o fortalecimento da Marinha de Guerra Angolana e a formação de tropas nacionais para a ONU. Após sua visita a Angola, Lula viajará para São Tomé e Príncipe, onde participará na 16ª conferência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).

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