Nascido no Rio de Janeiro, Paulo Thiago de Mello cresceu nas favelas da Praia do Pinto, no Leblon, do Vidigal e da Rocinha. Foi nessas comunidades que ele descobriu sua paixão pelo samba e pela boemia. No bairro de Botafogo, onde viveu por muitos anos, ele encontrou o ambiente perfeito para documentar e compartilhar a cultura carioca.
Além de sua carreira no jornalismo, Paulo Thiago de Mello também era antropólogo. Ele trabalhou em veículos de comunicação importantes, como o Jornal do Brasil, O Dia e O Globo. Paralelamente, ele conciliava sua vida acadêmica como pesquisador do Laboratório de Etnografia Metropolitana do Rio de Janeiro, da UFRJ. Sua pesquisa também o levou à França, onde ele mostrou a cultura carioca e suas semelhanças com os bairros parisienses.
A amiga e jornalista Vivi Fernandes de Lima relembra a primeira vez que conheceu Paulo Thiago de Mello em 1997, durante um encontro no botequim carioca Dona Maria. Foi nesse ambiente boêmio que nasceu uma amizade duradoura. Vivi conta que o Paulo era muito respeitado e admirado na Sorbonne, onde estava realizando seu pós-doutorado em Paris.
Nos últimos anos, a saúde de Paulo Thiago de Mello foi comprometida devido a problemas de mobilidade e circulação. Ele faleceu em 20 de agosto devido a complicações no fígado. Sua morte deixou não só os amigos, mas também todos aqueles que compartilhavam de sua paixão pelos botequins, órfãos.
Paulo Thiago de Mello será sempre lembrado como um profissional dedicado, generoso e apaixonado por sua cidade. Seu legado vai além das palavras, pois ele deixou suas contribuições para a preservação da cultura carioca registradas em seu livro e nas memórias daqueles que tiveram a oportunidade de conhecer e conviver com ele.